#21 Comunicação na Favela
O ano de 2014 certamente não vai ser esquecido. Foi um ano que marcou profundamente a vida dos brasileiros. Seja pela Copa perdida com um placar vergonhoso, seja pela eleição presidencial, que trouxe uma polarização há muito não vista no país. Dentre os temas mais polêmicos deste ano certamente está o monopólio dos veículos de comunicação e a consolidação do poder das redes sociais, que já demonstraram sua força por aqui no ano passado com os protestos que tomaram as ruas do país.
O uso massivo das redes sociais perpassou todos os importantes fatos da vida nacional, regional e também das nossas vizinhanças. O Brasil, de norte a sul, aprendeu a usar em tempo integral essas ferramentas virtuais. E se elas estão reconfigurando as vidas familiares e as amizades, tornadas cada vez mais próximas, o que não dizer da vida política? Os veículos de comunicação passaram a valer-se de maneira intensa dos novos dispositivos na corrida pela informação. E se está valendo para todos, o que se dirá para a COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA?
A Comunicação Comunitária, a possibilidade de produção e divulgação de mensagens por grupos constituídos, sem dúvida alguma, foi das maiores beneficiárias com o uso das ferramentas do mundo virtual. Banidas do mundo real por uma legislação que criminaliza e restringe o uso no dial, impedida pelos altíssimos custos e pela legislação restritiva de ingressar na produção televisiva, e enfrentando dificuldades orçamentárias para a produção de impressos, a comunicação comunitária certamente revigorou-se com o uso massivo das redes sociais. Nos quatro cantos do mundo pode-se acompanhar de pertinho a produção desses destemidos, competentes e bravos repórteres populares.
O ano termina com a 21ª edição da Revista do Viva Favela fazendo uma radiografia sobre esse novo contexto. Essa edição deixa visível a produção das favelas do Rio de Janeiro, trazendo a Maré, que tradicionalmente tem se pautado na comunicação comunitária impressa, com grandes tiragens, alcançando a marca de 40 mil exemplares; a Rocinha, voltada para o audiovisual e com uma tradição de comunicadores atuantes; e o Alemão que, desde a sua ocupação pela UPP, tem se consolidado com o uso frequente e massivo das redes sociais.
A Revista #21 veio para fechar 2014 e, certamente, vai ficar como referência para a pesquisa na área dos próximos anos, porque traz, com coragem, esse novíssimo viés que a Comunicação Comunitária está assumindo.
Por Raquel Paiva.
Por que
A comunicação comunitária não é um fenômeno novo, muito pelo contrário. A cada dia ela se reinventa e cria novos mecanismos para propagar suas ideias.
A favela fala, escreve e compartilha
Sol Mendonça | Redação Viva Favela | RJ
Tudo começou com o alto-falante
William de Oliveira | Rocinha | RJ
Blogs fogem do estereótipo e dão voz à periferia
Leandro Fonseca | Jaçanã | São Paulo
Revista Desenrolo incentiva a cultura na Baixada
Eli Geovane | Redação Viva Favela | RJ
Como
As redes sociais criaram inúmeras alternativas à comunicação que antes era restrita a apenas uma pequena parcela da população. Hoje quase todo mundo está a um clique de qualquer novidade.
O varal que amplifica a notícia
Debora Pio | Redação Viva Favela | RJ
‘Crimes News’ segue na contramão
Andressa Cabral | Redação Viva Favela | RJ
Com o foco nos espaços populares
Fotógrafos da agência Imagens do Povo | RJ
Site alternativo dá visibilidade no exterior
Juliana Portella | Nova Iguaçu | RJ
Quem
Os sujeitos que fazem com que os fatos de dentro das favelas virem notícias e que lutam para que suas vozes continuem sendo ouvidas.
Quando o noticiado vira repórter
Viviane Ribeiro | Alemão | RJ
Estrutura mantém jornal de grande circulação
Aline Melo | Maré | RJ
A luta para recuperar uma rádio no Santa Marta
Deborah Athila | Redação Viva Favela | RJ
Moradores levam noticiário local para as redes
Viviane Ribeiro | Alemão | RJ