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Sufoco no busão

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Longa espera, ônibus lotado, desrespeito, stress e confusão infelizmente são rotina na jornada diária de um trabalhador que usa transporte público para se locomover pela Zona Oeste.

Neste vídeo, que registra o meu percurso em um dia comum (pego dois ônibus para ir ao trabalho: um Vila Kennedy – Bangu, e o outro Bangu – Cascadura), fica evidente que ainda falta muito para termos um serviço de transporte digno. Circulo muito por aqui e vejo que esse problema é peculiar dessa região.

Tudo parece indicar que o lucro das empresas vem em primeiro lugar, e o conforto do cidadão, em último. O ônibus é pequeno, o que dispensa o trocador e reduz o custo para as empresas, mas aumenta o nível de tensão do motorista e provoca mais desconforto para o usuário. A frota reduzida também aumenta a lucratividade, mas faz o trajeto bem mais demorado e cansativo para quem fica no ponto aguardando o próximo ônibus. Se os ônibus, sozinhos, não dão conta, a Prefeitura deveria dividir a demanda entre outros meios, como as vans, por exemplo. Mas, em vez disso, a Secretaria de Transporte vem impedindo que vans licenciadas operem na região.

Anunciaram o novo ordenamento das empresas, agrupadas em consórcio, mas como os donos das empresas são os mesmos, é natural que se questione se o consórcio é realidade ou ficção. Além disso, permanecem as suspeitas de que há oligopólio familiar nas áreas de Cascadura e Bangu.

Como diz a pesquisadora Mirena Silva em sua dissertação de mestrado apresentada à COPPE/UFRJ em 2011:

“Com as privatizações do funcionamento das redes ferroviárias e do Metrô, entregues pelo Estado do Rio de Janeiro para a iniciativa privada na década de 90, fato esse aliado ao oligopólio das empresas de ônibus coletivos, permitiu-se que as políticas públicas de transportes fossem, em sua maioria, direcionadas de acordo com a rentabilidade do mercado. Isso contribuiu para aprofundar a dualidade urbana, a marginalidade e a exclusão socioterritorial, aumentadas pelas diferenças de oferta, qualidade e preço das formas disponíveis de transporte coletivo”.

Quem tiver interesse em se aprofundar no assunto, o trabalho completo está disponível neste link.

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