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Zona Norte se reúne no octógono

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Os cinturões que estarão em disputa durante o Rato Fight Night (Fotos: Amaury Alves)

Além dos treinos, a pesagem é uma das etapas mais importantes das lutas do UFC. Seguindo a regra à risca, os organizadores do Rato Fight Night, que acontece amanhã, dia 12, na Vila Olímpica do Sampaio, promoveram hoje a pesagem dos mais de quarenta atletas que irão competir no evento. A regra é a seguinte: se não estiver no peso ideal, ou o atleta desiste da luta (em acordo com seus treinadores) e perde 20% de seu cachê para outro atleta ou tenta chegar ao peso em até uma hora, procedimento que costuma ser bastante arriscado e exaustivo.

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Mais de vinte lutas acontecem durante o evento, além de quatro disputas de cinturão

Os atletas que foram se pesar são de quatorze academias diferentes, todas elas na Zona Norte. A origem deles também não foge às histórias da maioria dos profissionais brasileiros que hoje competem no UFC (Ultimate Fighting Championship): eles vêm de projetos sociais dentro das favelas que acreditam no esporte como elemento de transformação social.

“A ideia antes de tudo é formar cidadãos. Alguns projetos funcionam dentro das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) e é difícil a aproximação da polícia com a comunidade, mas aos poucos a gente está conseguindo”, explica o ex-atleta e hoje professor Adilson “PQD” Menezes, que nasceu na favela do Rato Molhado, que dá nome ao evento. Ele garante que o Rato Fight Night é uma maneira de dar visibilidade aos atletas amadores. “A gente faz o evento na marra, ainda não temos patrocínio. Batemos de porta em porta pedindo a ajuda aos comerciantes e a outras pessoas da comunidade. Aos poucos vamos conseguindo e o evento já cresceu bastante”. O Rato Fight está em sua terceira edição e vem ganhando cada vez mais adeptos.

Lute como uma menina

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As meninas que lutam no Dark Wolf Team, time do Andaraí

O ambiente ainda é majoritariamente masculino, mas as meninas que participarão do Rato Fight, já fcomeçam a desenhar seu terreno. Shirley “Tigrinha” César, de 15 anos, figura entre elas. “Eu fui no Cemasi (Centro Municipal de Assistência Social Integrada) para mexer no computador e vi algumas pessoas treinando. Fiquei interessada e comecei a treinar também. Já participei de três lutas e ainda não perdi nenhuma”, gaba-se. “Mas estou um pouco nervosa para a luta de amanhã”, completa a lutadora de boxe.

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Thaissa Martins, de 11 anos, é estreante nas lutas

Integrante do Dark Wolf Team, mesma equipe de Shirley, Thaissa Martins, de 11 anos, impressiona pela segurança. Ela vai fazer sua estreia em competições e garante não estar muito nervosa. “Sou melhor de chute do que de soco, mas vamos ver amanhã”.

Cinturão em disputa 

O detentor do cinturão de Muay Thai, Pedro Ivo, conhecido como “Homem de Ferro”, também sonha em virar um competidor do card principal do UFC. Ele, que tem 21 anos, balanceia sua rotina entre os treinos e outros trabalhos que precisa fazer para se sustentar. “Faço bico de segurança e outros serviços pra me manter”. Sobre a luta, ele garante que o cinturão continua com ele. “Já está com meu nome gravado”.

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Ricardo Tinha (no meio) com os atletas de seu projeto, que funciona no Engenho Novo

Ricardo Tinha, do Ricardo Tinha Team, amanhã levará quatro atletas de diferentes categorias para competirem no Rato Fight. Lutador de boxe amador, ele já foi mestre de Joilson Gomes, da seleção brasileira de boxe, entre outros atletas premiados no Brasil. “Eu costumo dizer que a luta é sempre uma surpresa. Eu quero que amanhã a luta seja bonita, porque a gente sempre quer ganhar, mas entram duas pessoas no octógono e só uma sai vencedora. Isso a gente tem que entender”, pondera.

As primeiras lutas começam às 14h. A Vila Olímpica do Sampaio fica na Rua Antunes Garcia, nº 14 – Sampaio (perto da Estação de trem).

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