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Quando o contexto chama para a discussão

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Foto: Amaury Alves

O tema “Favela é Cidade” surge em um momento de profundas mudanças no Brasil. Enquanto os cenários político e econômico passam por turbulências, a favela segue reinventando seus modos de vida. Segundo a pesquisa do Instituto Data Popular, divulgada em 2013, o PIB das favelas brasileiras já alcançou a soma de mais de R$56 bilhões ao ano, mas a realidade está distante de ser uniforme.

Só nos três primeiros meses de 2015 mais de 40 pessoas foram atingidas por “balas perdidas” no Rio de Janeiro. Os representantes da política de segurança pública vêm se esforçando para reinventar suas justificativas para ocorrências deste tipo. Em contrapartida, movimentos sociais se organizam para votar o projeto de lei 4471, que propõe pôr fim aos autos de resistência. Neste contexto, abordar o tema “Favela é Cidade” torna-se fundamental para embasar estas discussões.

A pergunta que muitas vezes surge é: por que até hoje não há políticas que tratem de temas específicos das favelas?

Desde os anos 90, ainda durante o governo do César Maia, algumas favela foram alçadas à categoria de bairros, mas o tratamento ainda está longe de ser o mesmo. A Rocinha, por exemplo, fica ao lado de São Conrado, bairro com um dos maiores IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da cidade, mas ainda enfrenta graves problemas de infra-estrutura, saneamento, falta de água e de luz e – é claro – violência. Coisa que não acontece com tanta evidência com sua vizinha rica.

Em contrapartida, esta mesma Rocinha conta com uma série de serviços e comércios que permite que os moradores, caso queiram, possam viver sem ter que sair de dentro da favela. O que chama a atenção é que, apesar da diversidade de oportunidades, ainda não é possível dizer que elas estão totalmente integradas ao contexto da cidade como um todo.

Tendo este escopo, a proposta inicial da Revista #22 era suscitar a discussão sobre a dicotomia presente na maioria das favelas não só do Rio, mas do Brasil inteiro. Entre os temas desdobrados para figurarem na revista, estão as tecnologias de baixo custo para impacto social, o possível legado das unidades de polícia pacificadora (UPPs), o empreendedorismo dos moradores de favelas, a regularização fundiária, o preconceito contra a moradia, projetos de melhoria das moradias, entre outros.

A Revista #22 – Favela é Cidade pretende elucidar alguns temas e propor reflexões sobre o contexto favela-cidade e o papel que os agentes sociais tem desempenhado dentro desta estrutura complexa, porém cheia de possibilidades de ser explorada.

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