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Condomínios em Camará estão abandonados

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O acesso até a quadra de esportes fica alagado sempre que chove. (Fotos: Andressa Cabral)

O acesso até a quadra de esportes fica alagado sempre que chove. (Fotos: Andressa Cabral)

Os residenciais Destri, Taroni, Ayres, Vidal, Vaccari e Speranza, inaugurados em 2012 em Senador Camará, integram a primeira leva do Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) na Zona Oeste do Rio. A conquista da casa própria representou uma virada na vida de muitos, mas as condições de moradia ainda estão longe de serem as ideais.

Chegando aos condomínios é possível perceber, sem grande esforço, o descaso com o local. Desde a entrega das casas, o processo de degradação vem aumentando – e esse é o motivo de muitas reclamações dos moradores. Em apenas três anos, as quadras de futebol e as áreas de lazer estão totalmente abandonadas e os prédios sofrem com problemas de estrutura, como infiltrações e rachaduras.

Os seis condomínios contam com mais de 2 mil apartamentos e quase 10 mil moradores e o síndico do condomínio Speranza, Aureliano Félix, relata que os imóveis foram entregues praticamente em estado bruto. “Os apartamentos foram entregues crus, sem piso e com pintura básica. Agora que os pisos foram entregues, quem não pôde comprar na época está colocando”, observa. Segundo ele, o conjunto de Camará era um projeto piloto para outros conjuntos do MCMV e foi um dos primeiros a ser construído. A partir desta primeira experiência os outros seguiriam o mesmo modelo e, consequentemente, seriam melhorados.

Apesar de incomodarem muito, os problemas estruturais estão longe de ser os maiores para os residentes dos apartamentos. Para eles, três assuntos deveriam ser tratados como prioridade: a falta de muros para dividir os condomínios, o esgoto a céu aberto e a constante falta d’água. “Aqui estamos quase sempre sem água, mas temos a cisterna. Só que ficamos em um impasse: se liberamos a água da cisterna para os moradores logo que ela acaba, corremos o risco de ficar sem água no armazenamento”, explica Anderson do Nascimento, síndico do condomínio Áries.

Quase todas as grades, que fazem a divisão entre os condomínios, estão quebradas

Quase todas as grades, que fazem a divisão entre os condomínios, estão quebradas

Muitos motociclistas também circulam dentro dos condomínios e os síndicos reivindicam a construção de muros que, segundo eles, são fundamentais para que haja limites entre os espaços. Atualmente a divisão é feita com uma grade de metal, mas assim como os espaços em geral, encontra-se em estado de degradação.

Outro ponto de reclamação dos moradores é a limpeza do local. Segundo eles, uma parte do condomínio não pode ser utilizada por conter restos de amianto, resíduo altamente tóxico das fábricas da Brasilit, que funcionava na área. Neste local improdutivo há apenas um grande campo aberto que precisa ser podado com freqüência, o que não acontece. Quando a Comlurb realiza o trabalho, acaba deixando os restos de capim no mesmo lugar e o espaço permanece sujo. Além disso, os arredores desta área aberta também está começando a receber construções irregulares. E não muito distante dali o local também tem sido utilizado para uso de drogas e prostituição infantil.

Além das áreas de lazer, estava previsto para o espaço e o seu entorno a construção de uma escola, que iria atender cerca de 200 crianças. No entanto, as obras estão paradas e sem previsão para retorno.

Falta de áreas de lazer é problema 

Devido à degradação e a falta de espaços de lazer para as crianças, muitos moradores improvisaram playgrounds ou removeram os brinquedos da área de lazer para um local mais visível. Os brinquedos ficam ao final de cada bloco, em uma região com pouca iluminação e não muito movimentada, o que deixa alguns pais preocupados. “No Speranza, o antigo síndico removeu os brinquedos e os colocou na entrada, por ser um local mais movimentado”, observa Aureliano.

Comércios irregulares, feitos em barracos improvisados, já começam a aparecer no local

Comércios irregulares, feitos em barracos improvisados, já começam a aparecer no local

Segundo os síndicos, os espaços carecem de áreas de lazer, como brinquedos de praças e melhores quadras, para que as crianças possam desenvolver brincadeiras mais adequadas. Como alternativa à falta de espaços, os meninos brincam de polícia e ladrão entre os blocos e, para dar veracidade ao lazer, eles mesmos produzem armas de madeira. “Dá até medo de ver. Porque começa assim numa brincadeira e a gente não sabe onde isso pode dar”, comenta, assustada, Adriana Kátia, síndica do Vaccari.

Dificuldade em encontrar responsáveis 

Diante de todas estas questões, a dúvida dos síndicos é com quem entrar em contato para resolver suas demandas. De acordo eles, a Emccamp Residencial, empresa responsável pela construção, foi a responsável pela realização das obras, mas não responde mais por elas desde que ficaram prontas. “O nosso problema é não ter com quem falar. Um órgão passa a responsabilidade para o outro e no fim ninguém tem nenhuma solução para a gente”, falou, indignado, Aureliano.

Em nota, a Secretaria Municipal de Habitação comunicou que vem atuando em todos os conjuntos, oferecendo suporte em áreas como Educação Ambiental e Sanitária, Gestão Condominial e Patrimonial e Geração de Trabalho e Renda. “No caso específico de Senador Camará, o trabalho social vem desempenhando ações desde sua inauguração. Esse acompanhamento contava com equipe fixa no local com profissionais de nível médio e superior até maio de 2015”, explica.

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