Single Blog Title

This is a single blog caption

Cultura da favela brilha na tela do Quiririm

Share on Facebook0Tweet about this on Twitter
Grande parte do público era formado por crianças e jovens. (Fotos: Amaury Alves)

Grande parte do público era formado por crianças e jovens. (Fotos: Amaury Alves)

A primeira sessão do “Cinema na Comunidade” reuniu moradores da favela do Quiririm, na Zona Oeste, no início da noite de domingo, dia 15. Esta foi a primeira ação que  o Viva Favela e o Viva Rio realizaram em parceria com esta comunidade. A iniciativa cultural foi encabeçada pelo morador William Paluma, presidente do Instituto Visões do Morro.

O documentário A Batalha do Passinho – O Filme, de Emílio Domingos, foi o eleito para ilustrar a primeira atividade. Exibido numa tela a céu aberto na entrada da favela, o vídeo retrata a vida de representantes contemporâneos da cultura de favelas cariocas, moradores ficaram famosos dentro e fora de suas comunidades com seus “corpos de mola”. No início do evento Paluma adiantou que, além do clássico pipoca e guaraná, a noite ainda revelaria muitas surpresas.

Ele e uma turma de moradores têm se esforçado para levar cultura, lazer, esporte e aulas de cidadania para os moradores de Quiririm e do Coqueiro, favelas vizinhas, localizadas em Vila Valqueire, sub-bairro de Jacarepaguá.  “Aqui não tinha nenhum incentivo. O projeto começou com aulas de fotografia, criado pelo fotógrafo Carlos Junior, morador do morro do Coqueiro. Desenvolvemos parcerias com músicos, grafiteiros, o pessoal do jongo, da capoeira, da street dance para oficinas com crianças e jovens”, conta ele.

Em oito anos, ele calcula que a ONG já atendeu mais de 300 crianças. “Estamos na segunda geração que participa de nossas oficinas. Hoje fazemos muita coisa aqui, inclusive para melhorar a estrutura da favela, como iluminação e asfalto. Temos o apoio de muita gente que trabalha de forma voluntária. Atuamos como responsáveis pelas crianças da comunidade. Só pode participar dos projetos quem respeita os pais, quem frequenta a escola e tem boas notas”, avisa ele.

O evento aconteceu na entrada da comunidade e era aberto para todos os moradores

O evento aconteceu na entrada da comunidade e era aberto para todos os moradores

Quiririm não aparece no filme, mas os moradores se reconhecem nas histórias de Gambá, Cebolinha e companhia.  Mãe de cinco filhos, a dona de casa Cordélia Batista, já tinha assistido ao documentário, mas enfatiza que tem um motivo especial para gostar daquelas histórias. “Meu filho Cristiano, que aqui é conhecido como Tininim, ensinou o passinho para muitos aqui da comunidade. A Lellêzinha, inclusive, aprendeu a dançar com ele”, diz Cordélia, citando a jovem atriz que aparece no documentário e hoje integra o Dream Team do Passinho.

Outra moradora, Jacqueline dos Santos, concorda: “Aqui tem muita gente boa que dança o Passinho”, opina ela, que assistiu à sessão de cinema acompanhada da filha Júlia, de 5 anos. A menina estava encantada com a Batalha que se formou ali na sua frente. “Eles estão dançando com o Boneco da Net!”, grita Júlia, ao ver a rodinha se formar em volta do personagem. Como o filme diz: quem sabe dançar não precisa avisar que vai começar uma batalha, é só entrar na roda. A noite terminou com um emocionante coro dos moradores entoando um  samba de Paulo César Pinheiro, “O Canto das Três Raças”, levado à capela pela cantora Graci Félix, uma das convidadas do evento.

Deixe uma resposta

Parceiros