Viva Favela inaugura o ‘rolé’
O Viva Favela está inaugurando uma nova abordagem para se aproximar ainda mais do cotidiano da favela. O chamado “rolé na comunidade” pretende visitar dois territórios diferentes da cidade a cada mês, para conhecer os moradores, os serviços, as lideranças e as especificidades de cada lugar. E, nesta estreia, a favela escolhida foi a Vila do João, no Complexo de Favelas da Maré, visitada no dia 12 de março.
A equipe teve que levantar cedo da cama, já que a visita começou às 9h da manhã pelo Centro Municipal de Saúde da Vila do João. A recepção ficou por conta do gerente Henrique Mendes e alguns agentes comunitários de saúde da unidade. Eles conversaram com a equipe sobre suas rotinas, trocaram informações sobre a comunidade e sobre o trabalho desenvolvido pelo Viva Favela.
O coordenador Carlos Costa ressaltou que o objetivo é reaproximar o site do verdadeiro sentimento dos moradores que vivem nessas localidades. Ele afirma que é preciso “tirar os jornalistas das convicções ou senso comum sobre questões que afetam ou se originam nesses territórios sem conhecerem por dentro tais impactos”.
Do Centro de Saúde o grupo caminhou até a Associação de Moradores da Vila do João e foi recebida por Marquinho Gargalo, presidente da Associação. As correspondentes comunitárias locais Aline Melo, de 32 anos, fundadora, professora e diretora do Projeto Social de arte e educação gratuitas Maré Latina, na Vila do Pinheiro e a atriz, poeta e pintora Ana Maria de Souza, moradora da Vila do Pinheiro, de 84 anos estavam lá e participaram da reunião de pauta.
Aline acha que a iniciativa pode render bons resultados. “Essa ação permite a descoberta de novos talentos locais, com a aproximação de moradores que muitas vezes têm difícil acesso à redação do Viva Favela. Assim como eu e Dona Ana, aqui e em todas as comunidades há muitas pessoas ligadas a arte, cultura e projetos sociais, e essa iniciativa é boa para novas pautas e novos correspondentes locais surgirem, causando conseqüentemente a divulgação do que ocorre dentro da favela e muitas vezes não é noticiado”.
Eli Geovane, estagiário de Serviço Social e articulador do Programa de Formação para Correspondentes Comunitário Multimídia, afirma que essa reaproximação com os territórios é fundamental para a nova fase do Viva Favela. “A diversidade das problemáticas podem se tornar solução através do nosso trabalho como profissionais, de forma multidisciplinar, eu na área de serviço social, junto a profissionais do jornalismo e tecnologia da informação,” ressalta o estudante.
O local escolhido para receber a próxima visita da Equipe do Viva Favela é a comunidade da Providência, no Centro.