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Em Uganda: garantir educação é uma missão

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Em todas as instituições públicas, mesmo sem intervenção nenhuma do governo, percebemos a presença muito forte da bandeira de Uganda. Na escola não foi diferente.

Um dos assuntos que mais me emocionaram enquanto estava em missão, juntamente com a equipe da Revoada Missionária, foi sobre educação. Antes de partir para Uganda, tentei pesquisar na internet algumas coisas sobre a realidade escolar das crianças e jovens, que se encontravam à margem deste alicerce tão importante para o nosso desenvolvimento como seres humanos. Em fotos no site da RCC Brasil (www.rccbrasil.org.br), vi que a situação se encontrava meio escassa, largada as traças, esperando uma solução não sei de quem. 

Entrada de uma sala de aula

A realidade da política de educação na África, em Uganda, é muito diferente da que vivemos aqui no Brasil. Todas as escolas primárias e secundárias são pagas. Ficou chocado (a)? Eu também fiquei! Impactado ao ver as condições das escolas ao vivo e a cores (como você pode comprovar na imagem ao lado). Os responsáveis pagam por uma baixíssima estrutura e qualidade 50 mil em xelim (Uganda shillings – moeda local), que equivale aqui para nós R$ 100,00 reais anuais. As escolas de boa qualidade são caríssimas e um pouquinho melhores (parecidas com as escolas públicas que temos aqui no Brasil). Uma curiosidade também bem pertinente, é que as crianças na maioria das vezes estão uniformizadas, isso quer dizer que na maioria dos casos esta é a única vestimenta que elas tem para utilizar. 

Projeto Kareebi: uma estratégia de transformação

“As condições dos lares se estendem também às escolas” (Fabiany Silva)

Pensando neste problema, após conhecerem a verdade local, as missionárias Fabiany Silva e Rita de Cássia, da Missão África RCCBRASIL, lançaram em dezembro de 2013 o Projeto Kareebi, que tem como objetivo possibilitar o ingresso de crianças ugandenses na escola. Esta ação acontece por meio de apadrinhamento e esteve com as inscrições abertas para novos doadores até fevereiro de 2014. Kareebi, no dialeto local significa padrinho, testemunha. Neste caso esses são os responsáveis pela a ‘evolução’ destas crianças. 

A grande surpresa para mim foi saber que com a doação de  R$100,00 (valor por ano), era o suficiente para garantir que uma criança da vila de Mwizi, em Mbarara, a 263,2 km da capital Kampala, fosse para escola durante todo o ano de 2014. Ao se inscrever, cada padrinho recebe a foto de seu novo afilhado, conhece seu nome, bem como outros dados importantes, e, por meio da internet, pode enviar mensagens à criança. Particularmente, achei o projeto sensacional. Ainda mais conhecendo mais de perto o que vivem esta crianças. Imagina a preocupação dos pais ao terem que trabalhar dia e noite na agricultura, para garantir 50 mil e a permanência de seus filhos na escola. Logo entendi o porquê de tantas crianças nos portões da casa (quando nós passávamos de uma região para a outra) abandonadas, criança cuidando de criança, o mais velho com a aparência de 5 anos de idade, cuidando do mais novinho de 1 ano. A cada escola


Missionários são bem acolhidos pelo os professores da instituição

que visitávamos, as condições precárias eram visíveis: construções de pau a pique – barro e gravetos de madeira, crianças que passavam o dia inteiro na escola, a fragilidade e carência da estrutura física das escolas se misturam às das pessoas que delas dependiam, alimentação escassa diariamente, uns sentados em pedaços de madeira e outros em pé sem ter onde sentar. É um pouco triste, mas ao julgarmos muito acabamos caindo na armadilha do etnocentrismo, e só porque estamos no ocidente que as coisas devem ser do mesmo jeito, enfim… E para finalizar, em algumas escolas os próprios pais se reuniram em mutirão com a comunidade para construí-las. E mesmo assim, mais a frente pagariam pela permanência de seus filhos no local.

De acordo com a missionária Fabiany, em 2014, a fase de apadrinhamento das crianças já está encerrada, mas em breve outra fase do projeto começará: a proposta da melhora da estrutura física das escolas. Aqueles que sentirem a vontade podem fazer a sua doação acessando o site da missão.

 

Placa indicativa na entrada da comunidade de Mbarara – Vila Mwizi

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