Single Blog Title

This is a single blog caption

Bar Celona no alto da Tavares Bastos

Share on Facebook0Tweet about this on Twitter
Bar recebe público da favela, do asfalto e do Bope. (Foto: Divulgação)

Bar recebe público da favela, do asfalto e do Bope. (Foto: Divulgação)

As paredes de madeira poderiam levar o Bar Celona a ser confundido com um dos barracos da favela Tavares Bastos, no Catete. Mas não. Num universo em que predomina a classe média baixa, o bar se distingue pela sofisticação, que mistura madeira e vidro. O resultado surpreende quem chega pela primeira vez ao alto da Rua Tavares Bastos, no Catete. Começa que é o único bar da favela a ter alvará e tomou o lugar de uma antiga birosca do morro.

O projeto resultou da união do professor de musculação Ricardo Cruz, 44 anos, nascido e criado no morro, e do arquiteto espanhol Juan Hinojosa, 42 anos, que se conheceram há cinco em Barcelona. “Eu estava na Espanha quando meu pai decidiu, em 2011, fechar a birosca em que trabalhou por 20 anos. Foi quando tive a ideia de pedir a ele para administrar o negócio”, conta Ricardo. Proposta aceita, Ricardo e Juan fizeram as malas e tomaram o rumo do Rio.

Juan planejou e financiou a reforma do Bar Cural, que chegou a ser usado como locação da novela Vidas Opostas, da TV Record, em 2006. O trabalho de derrubada do antigo bar e a construção do novo foi executado pelos dois e durou oito meses. Hoje, perto de completar um ano com as portas abertas, o Bar Celona funciona de quinta à domingo e tem um público eclético, formado por moradores locais e do asfalto e por policiais.

Festas tocam de forró a jazz

Ricardo e Juan trabalharam oito meses na reforma. (Foto: Divulgação)

Ricardo e Juan trabalharam oito meses na reforma. (Foto: Divulgação)

Nas manhãs de quinta, o estabelecimento abre exclusivamente para servir a um grupo de policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), que joga bola na quadra ao lado. De sexta a domingo, funciona dia e noite. Nas noites de sexta e sábado, há shows de forró, de blues, rock, MPB e Jazz, com a cobrança de um couvert de R$ 10.

Os de forró são os preferidos da comunidade. Nos outros, é maior presença de moradores do asfalto e é quando moradores da favela ganham um extra como garçons e manobristas. Os preços do Bar Celona não são muito diferentes dos cobrados pelas biroscas do entorno, contrariando o que imaginavam os moradores da favela quando o bar estava em obras. A garrafa de 750 ml de cerveja é apenas um real mais cara. Mas a grande diferença em relação às biroscas está no cardápio, que é basicamente de tapas, tira-gosto típico da Espanha. Não por outro motivo, faz mais sucesso com os forasteiros.

Ricardo e Juan contam, desde a inauguração do bar, o que mais os ajudou foi a propaganda boca-a-boca. “Essa é a melhor e mais eficaz forma que há de divulgar um negócio”, diz Ricardo. O acesso ao Bar Celona é fácil e pode ser feito a pé, em kombis ou moto-táxis, que saem da Rua Bento Lisboa, no Catete, também passam por lá. A Favela Tavares Bastos é tranquila, desde 2000, quando passou a abrigar um quartel do Bope.

Deixe uma resposta

Parceiros