Evento discute a favela em sua diversidade

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A designer Caroll Bullcão ajudou na concepção do novo site (Foto: Tamiris Barcellos)

Desde o início de 2015 o Viva Favela vem promovendo uma série de novas atividades que desembocaram, na semana passada, no Viva Favela de Portas Abertas. A principal proposta era mostrar e discutir a favela em toda sua diversidade.

O evento começou na terça-feira, dia 11, com um enorme café de birosca, com pão na chapa, ovo mexido e café com leite. Com a barriga cheia, as pessoas ficaram atentas ao lançamento do novo site, que agora tem um layout mais dinâmico e mais alinhado com as novas plataformas de comunicação.

O café da manhã reuniu a equipe do Viva Favela, funcionários do Viva Rio e correspondentes comunitários

A designer Caroll Bullcão, que participou de todo o projeto da construção do novo site, falou do processo. “O site novo foi todo pensado colaborativamente e isso foi fundamental para que ele tivesse uma identidade mais jovem e com essa interface com as redes sociais”, explicou.

O segundo dia abriu espaço para o Diálogos Viva Favela, que desta vez falou sobre “As drogas e a favela”. O bate papo, que teve a presença do comissário da Polícia Civil Wagner Ricardo; da líder comunitária e advogada Elisete Napoleão; do doutor em Ciências Sociais Jorge da Silva; do diretor do Viva Rio Rubem César Fernandes; do diretor do Centro de Atenção Psicossocial Daniel Elia e do artista e integrante programa Redução de Danos Luís Carlos Luck, falou sobre temas importantes como a descriminalização do uso de algumas substâncias e como é a vida do usuário dentro das favelas.

O Diálogos promoveu uma discussão sobre as drogas e a favela (Foto: Tamiris Barcellos)

Elisete, que tem um filho usuário de drogas, falou que um ponto importante de ser debatido é sobre o estigma que muitas vezes o viciado carrega – e que isso dificulta que o problema seja tratado com clareza. “Precisamos parar de demagogia, trabalhar com seriedade e franqueza a questão da família e compreender a estrutura psicológica das pessoas e entender as suas debilidades”.

Democracia e mídias comunitárias 
Na quinta-feira, dia 13, as portas foram abertas para o 1º Encontro de Mídias Comunitárias, que foi precedido pela exibição do documentário “Vivendo um Outro Olhar”, que aborda justamente o trabalho de coletivos de mídia independentes. O diretor, Guillermo Planel, ficou para conversar com representantes de rádios e portais comunitários. A conversa girou em torno da atual situação tanto das concessões públicas para o funcionamento das rádios comunitárias e da polarização no cenário político, o que também dificulta bastante o andamento de mídias independentes. O correspondente Renan Schuindt, que trabalha na Rede Bandeirantes, falou sobre a dificuldade de propor uma agenda positiva. “Eu, como morador de Costa Barros, me sinto na responsabilidade de produzir pautas de dentro para fora, contando a versão dos moradores sobre os fatos. Acho que estar ‘dentro do sistema’ também é importante”, explica.

Os jovens do projeto deram as boas vindas às lideranças comunitárias (Foto: Paulo Barros)

O último dia de evento foi marcado pela emoção. Pela manhã, lideranças comunitárias que fizeram história nos anos 70, 80 e 90 foram homenageadas pelos seus trabalhos, com os jovens da equipe agradecendo pelos trabalhos. A iniciativa, encabeçada por Jocelino Porto, liderança de Costa Barros, entregou um certificado de “trabalhos prestados” para cada um dos representantes das comunidades de toda cidade.

O encerramento do Viva Favela de Portas Abertas foi com a festa Sextão na Laje, que serviu um delicioso caldo de mocotó e cerveja para brindar a semana frutífera. A comemoração reuniu o Batidão do Boneco, com os DJs Tonelada, Alisson, Mr. Duda Big Mix com MC Dudu Trakinas e as Trakinetes. O lutador de MMA Jorginho Filho, de Acari, trouxe sua equipe de levantamento de peso para fazer uma demonstração. MG e William do Street Dance do Parque União.