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Parkour: locomova-se com arte


 
Deslocar-se de um lugar para outro dentro da cidade pode ser um grande desafio para alguns, mas há quem tenha mais habilidade para ultrapassar os obstáculos sem tantas intercorrências. Os praticantes de Parkour, modalidade que se popularizou na França e chegou ao Brasil no início do século XXI, treinam movimentos onde a prioridade é encontrar formas eficientes de se locomover pelos espaços. O Parkour, cuja tradução livre é “arte do deslocamento”, utiliza, além do corpo, o próprio mobiliário urbano como ferramenta. 
 
Nele, corrimãos se tornam degraus, muros funcionam como escada e rampas de acesso são utilizadas para dar impulso. Nada no espaço é desperdiçado e todos os objetos são ressignificados. “A gente aprende a enxergar a cidade em outra dimensão”, diz Julio José Pinto, um dos criadores do grupo Omnis Pro Parkour junto com seu irmão Julio César Pinto.
 
O Omnis, fundado em 2006, tinha como objetivo reunir todos os praticantes (chamados de tracers) da modalidade para fazerem viagens e treinos juntos. Quando o grupo começou a ganhar corpo, eles perceberam que o Rio de Janeiro tinha um grande potencial para a prática. “O Rio de Janeiro é referência nacional no Parkour, tem vários picos muito legais na cidade toda, da Zona Sul à Zona Oeste. É bom que todo mundo circula”, afirma Julio José. 
 
O operador de turismo Paulo Gomes, que chegou da Paraíba há sete anos reconhece que, além de condicionamento físico, o Parkour também lhe possibilitou explorar mais espaços da cidade que fogem do roteiro turístico tradicional. “Já treinei em Bento Ribeiro, Irajá, Santa Cruz, São Gonçalo. Rapidamente eu aprendi a me deslocar, tanto usando o transporte público, como a pé. Hoje posso dizer que conheço bem aqui, tudo isso graças ao Parkour”, conta. 
 
Não é esporte

 
Apesar de proporcionar condicionamento físico, o Parkour não pode ser considerado uma atividade desportiva, já que não há competições estabelecidas para a modalidade. Ele pode ser encarado como uma filosofia de vida, já que, mais do que treinar o corpo, os princípios são baseados em concentração, determinação e esforço. “Eu treino há três anos e isso me ajuda mentalmente, me ajudou nas relações interpessoais, hoje eu me comunico muito melhor”, diz o tracer Denis Braga. Ele garante que aprender a observar melhor os espaços contribuiu para sua vida. 
 
Já Gomes enxerga também como uma possibilidade de fugir mais depressa de uma situação de perigo. “Eu já passei por situações que eu consegui me safar mais rápido por causa do Parkour”. 
 
Mas para aderir à prática e incorporá-la como forma de locomoção para o trabalho é preciso tomar algumas medidas de precaução: uma orientação com um profissional qualificado para avaliar se o praticante possui condicionamento físico adequado, já que o Parkour exige bastante dos músculos e articulações; e também verificar se o local de trabalho do praticante é compatível, permitindo um banho e troca de roupas, que, segundo os adeptos,é essencial. Afinal, como dizem os “veteranos”, o Parkour pode ajudar a driblar engarrafamentos e apertos em ônibus, mas os muros e grades que serão driblados pelo caminho também deixam suas marcas.

O treino mais regular do grupo Omnis Pro Parkour  acontece às terças e quintas, a partir das 19h, na passagem subterrânea de Botafogo (em frente ao cinema Espaço Itaú). Qualquer um pode participar, basta utilizar roupas leves e tênis. Mais informações sobre viagens e treinos em outros lugares no grupo "Parkour Rio – Treinos e Viagens", no Facebook. Para conhecer melhor o Ominis Pro Parkours, assista ao vídeo:
   
 

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