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Rato Fight Night evidencia MMA de favelas

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Moradoras das favelas fizeram as vezes de ring girls. (Fotos: Vitor Madeira)

Moradoras das favelas fizeram as vezes de ring girls. (Fotos: Vitor Madeira)

Ring girls, octógono, lutadores de MMA (Artes Marciais Mistas). O cenário parece uma das lutas milionárias do UFC, mas aconteceu dentro da favela. É o Rato Fight Night 2, evento de artes marciais que aconteceu no último sábado, dia 11, no Campo da Baronesa, favela Rato Molhado, no bairro de Sampaio. O evento promoveu a democratização das artes marciais e trouxe para o octógono não apenas os combates masculinos, mas também os femininos e infantis.

Realizado pela primeira vez em novembro do ano passado, o evento era para comemorar os 85 anos da favela. Com o sucesso do evento, outras academias e projetos mostraram interesse em participar desta edição, e da próxima, que irá acontecer em dezembro.

Em sua segunda edição, o torneio contou com a participação de academias da região e projetos de luta gratuitos, como os que acontecem nas UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) do Jacarezinho, Manguinhos e Andaraí. “O Rato Fight foi idealizado quando os projetos e as academias em separado buscaram a associação do Rato Molhado. O Yanui e o PQD, que estão mais à frente, começaram a ver essas polarizações que existiam para fazer algo em união”, comentou Lucas Senna, professor do projeto Lutando pela Vida, da UPP Jacarezinho.

Caroline (chão) e Shellen (em pé) fizeram boa disputa pelo cinturão

Caroline (chão) e Shellen (em pé) fizeram boa disputa pelo cinturão

Além de promover futuros atletas, esses projetos ajudam bastante na formação da criança e do jovem. “É muito importante para essa molecada que entra em um projeto desses ter a noção de disciplina e respeito, seja com o mestre, com o corpo e com os pais, etc. Ele começa a ter responsabilidade já na infância”, comentou Yanui Pragana, presidente da associação de moradores do Rato Molhado e um dos organizadores do evento.

André Santos, mais conhecido como André Chatuba, lutador profissional e treinador da equipe Caçadores Team, na Vila do Cruzeiro, compareceu no evento comentou a importância desses projetos. “Eu virei outra pessoa depois que conheci as artes marciais. Hoje em dia eu sou atleta e professor, mas na minha época não havia essa facilidade de fazer luta”, lembra. E continuou dizendo que é muito importante começar cedo e não desanimar nas dificuldades. “Desde os 12 anos eu queria praticar karatê, mas só pude começar com 16 anos, quando eu já conseguia me sustentar. Vejo muitos jovens interessados e penso que esses problemas não podem ser obstáculos para eles”, concluiu.

Com o sucesso da primeira edição do combate, os organizadores conseguiram atrair a atenção de outras pessoas interessadas em participar do evento. “Surgiram muitas oportunidades de empresários locais abraçarem a causa e nos apoiarem. Desta forma, divulgando o nosso trabalho e o deles, é possível abrir as portas para outras atletas que pensam em seguir carreira no MMA”, observou Rodrigo Paraíba, treinador e organizador do evento.

“O interessante dessa iniciativa é que cria uma conexão do asfalto com a favela. Às vezes uma pessoa não consegue ir à favela dar treinos, mas pode dar um incentivo a um atleta ou apoiar em eventos como o Rato Fight, por exemplo”, completou Senna.

Destaques da noite

Alessandro (esq.) e Ligeirinho aprendem desde cedo a ter disciplina e respeito

Alessandro (esq.) e Ligeirinho aprendem desde cedo a ter disciplina e respeito

A luta infantil de Muay Thai, categoria até 31Kg, foi protagonizada por Alexandre Ligeirinho, o campeão do torneio passado, representando a UPP Jacarezinho, e Alessandro, da UPP Andaraís de 10 anos. Os meninos se observaram bastante antes de trocar golpes, mas isso não impediu de a lutar ser bastante disputada. A torcida teve papel fundamental durante a luta, apoiando ambos os atletas. Por decisão dos juízes, Alessandro foi consagrado o novo campeão e levou o cinturão.

Na luta feminina de MMA, Caroline Martins manteve o favoritismo e permaneceu detentora do cinturão. Lutando com Shellen Gravino, Caroline ganhou a luta por nocaute técnico no terceiro round. O combate foi bastante disputado no primeiro round, com as oponentes se estudando pouco e se golpeando bastante. Já no segundo e terceiros rounds, Shellen manteve-se na defensiva, buscando golpear em quando a oponente baixasse a guarda, enquanto Caroline buscou a luta ao longo do tempo.

A última e mais esperada luta, entre o Hugo Bilac, dono do cinturão, e o desafiante Duan Praia teve um desfecho inesperado. Morador do Jacarezinho e favorito pelo público, Bilac entrou no octógono ovacionado, diferente do que aconteceu com Duan. Durante o primeiro round, Duan dominou o seu oponente, até que Pablo Rex, árbitro da luta, encerrou o luta por nocaute técnico, dando a vitória para o desafiante.

Após um pequeno atrito entre os treinadores, os organizadores com Rex, que não entenderam o porquê do encerramento adiantado da luta, o árbitro voltou atrás e resolveu dar continuidade à mesma. Diante do equívoco, Bilac desistiu de lutar, fazendo com que Duan Praia fosse o novo campeão do Rato Fight Night.

1 Resposta

  1. yanui

    estaremos realizando no dia 12i tel 7710-9745unaY de dezembro a 3º edição do Rato Fight Night na Vila OLímpica do Sampaio , sendo a pesagem no dia 11/12 no norte shopping as 14 horas, favor me ligarem para passar os detalhes deste grande evento

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