Rato Fight Night evidencia MMA de favelas
Ring girls, octógono, lutadores de MMA (Artes Marciais Mistas). O cenário parece uma das lutas milionárias do UFC, mas aconteceu dentro da favela. É o Rato Fight Night 2, evento de artes marciais que aconteceu no último sábado, dia 11, no Campo da Baronesa, favela Rato Molhado, no bairro de Sampaio. O evento promoveu a democratização das artes marciais e trouxe para o octógono não apenas os combates masculinos, mas também os femininos e infantis.
Realizado pela primeira vez em novembro do ano passado, o evento era para comemorar os 85 anos da favela. Com o sucesso do evento, outras academias e projetos mostraram interesse em participar desta edição, e da próxima, que irá acontecer em dezembro.
Em sua segunda edição, o torneio contou com a participação de academias da região e projetos de luta gratuitos, como os que acontecem nas UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) do Jacarezinho, Manguinhos e Andaraí. “O Rato Fight foi idealizado quando os projetos e as academias em separado buscaram a associação do Rato Molhado. O Yanui e o PQD, que estão mais à frente, começaram a ver essas polarizações que existiam para fazer algo em união”, comentou Lucas Senna, professor do projeto Lutando pela Vida, da UPP Jacarezinho.
Além de promover futuros atletas, esses projetos ajudam bastante na formação da criança e do jovem. “É muito importante para essa molecada que entra em um projeto desses ter a noção de disciplina e respeito, seja com o mestre, com o corpo e com os pais, etc. Ele começa a ter responsabilidade já na infância”, comentou Yanui Pragana, presidente da associação de moradores do Rato Molhado e um dos organizadores do evento.
André Santos, mais conhecido como André Chatuba, lutador profissional e treinador da equipe Caçadores Team, na Vila do Cruzeiro, compareceu no evento comentou a importância desses projetos. “Eu virei outra pessoa depois que conheci as artes marciais. Hoje em dia eu sou atleta e professor, mas na minha época não havia essa facilidade de fazer luta”, lembra. E continuou dizendo que é muito importante começar cedo e não desanimar nas dificuldades. “Desde os 12 anos eu queria praticar karatê, mas só pude começar com 16 anos, quando eu já conseguia me sustentar. Vejo muitos jovens interessados e penso que esses problemas não podem ser obstáculos para eles”, concluiu.
Com o sucesso da primeira edição do combate, os organizadores conseguiram atrair a atenção de outras pessoas interessadas em participar do evento. “Surgiram muitas oportunidades de empresários locais abraçarem a causa e nos apoiarem. Desta forma, divulgando o nosso trabalho e o deles, é possível abrir as portas para outras atletas que pensam em seguir carreira no MMA”, observou Rodrigo Paraíba, treinador e organizador do evento.
“O interessante dessa iniciativa é que cria uma conexão do asfalto com a favela. Às vezes uma pessoa não consegue ir à favela dar treinos, mas pode dar um incentivo a um atleta ou apoiar em eventos como o Rato Fight, por exemplo”, completou Senna.
Destaques da noite
A luta infantil de Muay Thai, categoria até 31Kg, foi protagonizada por Alexandre Ligeirinho, o campeão do torneio passado, representando a UPP Jacarezinho, e Alessandro, da UPP Andaraís de 10 anos. Os meninos se observaram bastante antes de trocar golpes, mas isso não impediu de a lutar ser bastante disputada. A torcida teve papel fundamental durante a luta, apoiando ambos os atletas. Por decisão dos juízes, Alessandro foi consagrado o novo campeão e levou o cinturão.
Na luta feminina de MMA, Caroline Martins manteve o favoritismo e permaneceu detentora do cinturão. Lutando com Shellen Gravino, Caroline ganhou a luta por nocaute técnico no terceiro round. O combate foi bastante disputado no primeiro round, com as oponentes se estudando pouco e se golpeando bastante. Já no segundo e terceiros rounds, Shellen manteve-se na defensiva, buscando golpear em quando a oponente baixasse a guarda, enquanto Caroline buscou a luta ao longo do tempo.
A última e mais esperada luta, entre o Hugo Bilac, dono do cinturão, e o desafiante Duan Praia teve um desfecho inesperado. Morador do Jacarezinho e favorito pelo público, Bilac entrou no octógono ovacionado, diferente do que aconteceu com Duan. Durante o primeiro round, Duan dominou o seu oponente, até que Pablo Rex, árbitro da luta, encerrou o luta por nocaute técnico, dando a vitória para o desafiante.
Após um pequeno atrito entre os treinadores, os organizadores com Rex, que não entenderam o porquê do encerramento adiantado da luta, o árbitro voltou atrás e resolveu dar continuidade à mesma. Diante do equívoco, Bilac desistiu de lutar, fazendo com que Duan Praia fosse o novo campeão do Rato Fight Night.
estaremos realizando no dia 12i tel 7710-9745unaY de dezembro a 3º edição do Rato Fight Night na Vila OLímpica do Sampaio , sendo a pesagem no dia 11/12 no norte shopping as 14 horas, favor me ligarem para passar os detalhes deste grande evento