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Hip hop como instrumento para redução de danos

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O evento contou com batalha de B-Boys e várias outras atividades

O evento “Hip Hop é Redução de Danos” teve sua 6ª edição no último sábado, dia 26, na Rocinha. Um dos objetivos do encontro, que é encabeçado pela Secretaria Municipal de Saúde, é desmistificar a questão do uso excessivo de drogas dentro das comunidades e ainda apresentar os serviços disponíveis para moradores que estejam passando por este problema. Esta mostra contou com mais de 200 participantes.

Tendo o hip hop como pano de fundo, o evento teve batalhas de break, participação de MCs, além de apresentações de teatro e cinema abordando temas relacionados à saúde.

O grafiteiro Wark, que grafitou o painel durante o evento, conta que esta é uma ação que ele tem muito carinho, já que o hip hop contribui para o resgate dos usuários de drogas. “É interessante passar uma mensagem e é legal porque o evento é gratuito e mostra um pouco do trabalho do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), além de apresentar melhor o que é a redução de danos”, diz ele, referindo-se ao programa de políticas cujo objetivo é reduzir os danos associados ao uso de drogas psicoativas em pessoas que não podem ou não querem parar de usar drogas. Este programa vem sendo desenvolvido no CAPS da Rocinha há cinco anos.

Redução de Danos02

Wark acredita que o evento deveria acontecer em outras comunidades

Ainda para Wark, estes encontros deveriam se estender também a outras comunidades, já que muitas delas ainda são carentes de mobilizações deste tipo. “São eventos como este que conscientizam a juventude. O envolvimento dos jovens com as drogas infelizmente tem crescido, mas não devemos parar de tentar resgatá-los, pois a cultura é o que conscientiza e salva. Aqui eu sou apenas formiguinha fazendo a minha parte e espero que as demais pessoas façam as delas também”, acredita.

Diálogo com outras áreas aumenta alternativas de tratamento

O CAPSAD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas) Centra Rio, que opera no âmbito estadual, também esteve no evento com apresentação do teatro de bonecos e participação nos debates e ações de promoção da saúde. Segundo a psicóloga Carmen Lúcia Feitosa, que é Articuladora de Saúde Mental da Coordenação de Área Programática 2.1 (CAP 2.1), o evento significa também a integração da rede que trabalha com o tema.

“Hoje esse evento é a consolidação da unidade de todos estes parceiros, demonstrando que a saúde mental não é mais dividida. Nós orientamos sobre o que fazer quando a pessoa busca um auxílio, quando ela não consegue mais ter controle de sua vida após ser usuária de drogas”, explica.

Redução de Danos

Maria do Carmo está superando o vício participando das atividades do CAPS

Ela fala também que este trabalho ajuda a ver o paciente em sua integralidade. “Os CAPS são unidades especializadas em saúde mental para tratamento e reinserção social de pessoas com transtorno mental grave e persistente. Os centros oferecem atendimento interdisciplinar composto por equipes multi profissionais que reúnem médicos, assistentes sociais, psicólogos, psiquiatras, entre outros especialistas”, enumera.

Maria do Carmo Souza Ferreira, 54 anos, relata que com a ajuda dos serviços oferecidos pelo CAPS da Rocinha tem feito trabalhos de pintura, de imagens, hidroterapia, educação física e quer ampliar ainda mais seu campo de trabalho. “Pretendo ocupar mais minha cabeça, fui dependente química, mai hoje estou me superando através deste trabalho. Sou muito agradecida a todos os profissionais que me atendem”, emociona-se.

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OZ fala que a curiosidade é o que muitas vezes leva ao vício

Já o cantor Luiz Rodrigues da Silva, conhecido como OZ, diz que para ele é fundamental fazer este trabalho social e apoiar o Grupo Break Consciente da Rocinha (GBCR) que há mais de 15 anos trabalha com este apelo. “Eu sei que as coisas só mudam se a gente conscientizar, pois todos sabem que a cocaína, o álcool e as demais drogas fazem mal, mas as pessoas têm curiosidade e, depois que entram ficam com dificuldades para sair. Mas isso não acontece só na Rocinha, essa é a realidade de qualquer comunidade do Brasil e do mundo”.

A Prefeitura do Rio conta com 13 Centros de Atenção Psicossocial, seis Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas e sete Centros de Atenção Psicossocial Infantis (CAPSi), totalizando 26 unidades especializadas próprias. Outras três sob gestão estadual e federal completam a rede de 29 CAPS dentro do município do Rio de Janeiro.

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