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É hora de reinventar o empreendedorismo

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Fotos: Divulgação/Sebrae

Empreender, segundo o dicionário, é tentar, pôr em execução, decidir realizar. Tais características designam aquela pessoa que se arrisca, busca alternativas, mete a cara e se vira para gerar seu sustento. Nessa perspectiva, e em qualquer uma que seja, fica claro que a favela é um território empreendedor por excelência.

Na cidade do Rio, por sua configuração geográfica, dinâmica, econômica e cultural, fica fácil perceber que, além de grandes bolsões de consumo, a favela é um celeiro de produtores de comércio e serviços. Sabemos que aproximadamente 20% dos moradores da cidade residem em territórios desse tipo. Assim, existe mercado, clientes e oportunidades para quem quer ter um negócio, oferecer um serviço ou abrir um comércio.

Os dados do Data Favela apontam que 26% da população de favelas é, ou já foi, empreendedora. Além disso, 4 em cada 10 moradores de favelas querem empreender. Em 2013 esse número era 28%, ou seja, a vontade de empreender vem aumentando nesses territórios.

Quanto às atividades, informações da base de dados do Sebrae/RJ mostra que a gastronomia é o setor que concentra o maior número de empreendedores, seguido pelo comércio varejista e o setor de beleza.

Em relação ao perfil médio desses empreendedores, sabemos que ele é majoritariamente do gênero feminino, tem entre 25 e 59 anos de idade, possui ensino fundamental incompleto e obtém uma renda média percapta familiar de R$ 700 ao mês. Tais informações foram levantadas num estudo realizado em 2012 pelo Sebrae/RJ em parceria com o Iets (Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade).

Investimento em qualificação gera bons resultados

Apesar do ambiente empreendedor, estas pessoas ainda apresentam alto nível de informalidade, não têm práticas empresariais consolidadas e desconhecem os fundamentos técnicos de gestão empresarial. Ou seja, os sujeitos empreendem por necessidade e se apropriam pouco das oportunidades.

Por conta dessa dicotomia, onde há territórios de oportunidades e empreendedores com falhas educacionais, financeiras, legais, que dificultam o crescimento de seus empreendimentos, o Sebrae passou a desenvolver desde 2011 o projeto “Comunidade Sebrae”.

Com ele, mais de 60 mil empreendedores já foram atendidos e capacitados para formalizar mais de cinco mil empreendimentos em cerca de 100 favelas da cidade que são atendidas pelo programa de pacificação do governo do Estado do Rio de Janeiro. Para isso, foi construído um programa com eixos específicos: formalização de atividades, acesso à mercados, capacitação, facilitação de acesso aos serviços financeiros, apoio à inovação e apoio à projetos setoriais, como comércio, gastronomia e turismo.

Diversas ações já foram realizadas com o objetivo de ampliar mercados para os clientes, como o “Circuito gastronômico de favelas”, o “Guia de bolso das comunidades do Rio” e os “polos de empreendedores”, por exemplo. Com essas iniciativas o objetivo é aquecer o mercado interno e atrair novos clientes, dentro e fora das favelas para os empreendedores locais.

O Sebrae/RJ acredita estar contribuindo com os empreendedores e com os pequenos negócios das comunidades do Rio, tornando-os mais preparados a se apropriar das oportunidades que as favelas e seus moradores proporcionam. Um exemplo é que houve um aumento da procura média de orientações empresariais por cliente do programa, que cresceu de 1,5 para 2,8 de 2012 a 2014. Isso mostra que os empreendedores estão buscando mais apoio para seu crescimento.

O objetivo é contribuir para o desenvolvimento dos pequenos negócios de favelas para que as oportunidades possam ser melhor aproveitadas por quem tem o conhecimento do território, mas muitas vezes não dispõe das ferramentas necessárias para evoluir. O Sebrae/RJ vislumbra novas redes e parcerias, que congreguem diferentes empreendedores e expertises, que tragam ganhos para todos e uma cidade ainda mais plural.

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