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A tecnologia em prol da mudança social

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Diferente do que diziam os filmes de ficção científica, as tecnologias associadas ao futuro ainda não destruíram a humanidade. Para alguns, elas serviram para somar e criar alternativas criativas e eficientes para promover melhorias para a população e para a cidade. Sejam elas mudanças na arquitetura ou na construção do pensamento  das pessoas que transitam pelo espaço.

Mas há os que não tem acesso à cidade e muitas vezes ficam excluídos das melhorias ou ainda são excluídos para elas aconteçam. Porém, para este público, a inovação também está chegando por meio de projetos de ONGs ou outras iniciativas desenvolvidas por lideranças comunitárias que lutam por avanços em suas comunidades.

As iniciativas têm diversas finalidades, que vão desde a recuperação ambiental até a busca pela valorização do local onde se vive. São projetos de comunicação, educação, sustentabilidade que visam incluir o morador de periferia nas mudanças que estão acontecendo nas cidades do país inteiro. Algumas destas iniciativas estão enumeradas abaixo:

Bloco a Bloco/DEGASE – Ilha do Governador (RJ)
http://aprenderfazendo.org.br/home/category/blocoabloco/

Foto: Divulgação/Degase

O programa Bloco a Bloco é uma iniciativa do IAF (Instituto Aprender Fazendo) e funciona no Rio por uma parceria entre Governo do Estado e o Degase (Departamento Geral de Ações Socioeducativas). O projeto acontece na Escola Estadual Luiza Mahin, na unidade feminina de detenção localizada na Ilha do Governador. O Degase é uma instituição vinculada à Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro e executa as medidas judiciais a adolescentes em conflito com a lei.

O programa que começou em 2011 permite que as meninas desenvolvam trabalhos com robótica e stop motion.  A dedicação e empenho são tantos que as meninas do Degase participaram do FIRST LEGO League (FLL) Open European Championship 2013, maior campeonato estudantil de robótica e conquistaram o segundo lugar com o projeto “Cadeira Sambista”. A ideia foi criar uma cadeira de rodas elétrica com movimentos especiais desenvolvida para as baianas da Escola de Samba União da Ilha.

A grande dificuldade do projeto é que muitas meninas não podem dar continuidade aos trabalhos que começam, já que cada uma delas  têm um tempo determinado de reclusão. “Mais do que uma forma de distração, o projeto ajuda muito na autoestima das meninas neste período da internação”, comentou satisfeita Sandra Caldas, representante do Degase que acompanha todo o processo de construção das meninas.

Movimento Preserva Laboriaux/ONG Favela Verde – Rocinha (RJ)
https://movimentopreservalaboriaux.wordpress.com/quem-somos/dinamicas-participativas/

Foto: Reprodução/Facebook

O movimento atua na Rocinha desde 2012, mais especificamente na Vila Laborioux, espaço no topo da favela que faz divisa com o Parque Nacional da Tijuca. O projeto visa estimular o empoderamento e transformação na consciência socioambiental dos moradores através de ações que acontecem continuamente. Para que isso ocorra, os responsáveis pela ONG Favela Verde, organização responsável pelo projeto, desenvolvem trabalhos onde a comunidade é capacitada a lidar com o meio ambiente.

O que torna o projeto interessante é que os moradores estão totalmente envolvidos com a concepção de uma comunidade mais sustentável e consciente. Para chegar no objetivo da ONG, que é a construção ambiental, todos são convidados a participar de dinâmicas que envolvem palestras, conversas e atividades práticas, como reflorestamento da Mata Atlântica, mutirões de limpeza, intervenções urbanas e culturais.

Centro de Integração Borel (CIB) – Tijuca (RJ)
https://www.facebook.com/pages/CIBCentro-de-Integra%C3%A7%C3%A3o-Borel/213620775397185

Foto: Divulgação/CIB

O CIB começou em 2011 como uma nova proposta de cursos de informática, pensando na possibilidade em desenvolver a cultura digital. O projeto surgiu na lanhouse do Peruquinha e foi desenvolvido por quatro jovens moradores da comunidade. O centro também contou com o apoio do Agência de Redes para a Juventude.

O centro, além de oferecer cursos e o espaço para a utilização dos computadores, também criou o Caminhos do CIB, que são 11 pontos de wifi livre para que moradores possam estar conectados. A internet fica disponível de sexta-feira à tarde até domingo às 22h. E mais adiante, o CIB pretende aumentar a quantidade de cursos oferecidos, oferecendo aulas de digitação e workshop de internet para idosos.

Ao longo desses anos o CIB já atendeu mais de trezentos jovens. Não só com o acesso à internet mas também com aulas de Informática. “A expectativa é ver o jovem do Borel andando com suas próprias pernas, trabalhando e oferecendo serviços a preço de custo para a comunidade”, diz um dos organizadores do projeto, Gilberto Matias.

Tela Firme – Terra Firme (PA)
https://www.facebook.com/telafirme?fref=ts

Foto: Reprodução/Facebook

Desde 2011 os moradores de Terra Firme, bairro mais populoso da periferia de Belém, desenvolveram o projeto audiovisual Tela Firme, que a princípio, visa o fortalecimento e a construção das relações entre os moradores com o local onde vivem.

O coletivo de amigos foi criado com o intuito de influenciar positivamente no pensamento dos moradores acerca do bairro e de divulgar eventos, artistas e ações da Terra Firme, além de oferecer aos jovens do bairro a formação básica em criação de vídeos. “Através de vídeos no YouTube, rodas de debate, cineclube, oficinas e inserção em espaços formativos, o coletivo leva para a comunidade um olhar diferente do que a mídia tradicional perpassa para a sociedade sobre nós”, comenta Jairo Amaral, membro do projeto.

O projeto teve tanta mobilização popular que em 2014, após uma chacina ter vitimado mais de 30 jovens em Belém, um vídeo do coletivo intitulado “Poderia ter sido você”, falando sobre ataques a moradores, chegou às mãos da câmara de deputados do Pará, promovendo uma CPI das Milícias na capital em janeiro deste ano.

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