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Funk já conta história em livro

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Fotos: Juliana Portella

As músicas “Endereço dos Bailes”, “Princesa”, e “Show das Poderosas” podem ter estilos bastante diferentes entre si, mas em comum, representam a história de uma das principais manifestações culturais cariocas: o funk. Agora, a trajetória do ritmo ganhou um novo reforço: o livro “101 funks que você tem que ouvir antes de morrer”, do jornalista Júlio Ludemir. Nas 265 páginas, o escritor, que contou com a ajuda de colaboradores, traz a história dos autores e das músicas que melhor representam o ritmo.

No livro, descobre-se, por exemplo, que o “Rap das Armas” (que tem o famoso trecho “papara clack bum”) fez sucesso na Europa, liderando pedidos na  Holanda e Suécia. A palavra “adjudicar”, da música “Nosso Sonho”, foi pinçada do dicionário – prática freqüente na composição da dupla Claudinho e  Buchecha. O livro revela também onde foram parar alguns MCs: alguns se tornaram religiosos fervorosos, outros abandonaram a carreira e outros estão  presos.

A jovem escritora Poema Eurístenes, 22 anos, se sentiu orgulhosa em participar do trabalho. “Procurei entender as letras a partir da biografia dos artistas,  que é de onde o funk parte, essencialmente, muito mais que alguns outros estilos”, conta a estudante, que participou do grupo de colaboradores vindos dos  projetos Flupp Pensa e Jovem Repórter (ambos realizados por Ludemir). Poema disse ainda que, mesmo escolhendo letras de cantores famosos como MC  Smith, MC Créu, Tati Quebra Barraco e MC Beyonce, houve dificuldade em encontrar informações relacionadas a eles e às suas produções.

O livro foi patrocinado pela Secretaria de Estado de Cultura e, para a representante da pasta, Adriana Rattes, representa um passo importante para o ritmo. “O funk vai fazendo a sua história e ainda bem que tem gente como o Júlio Ludemir para contá-la”, declarou a secretária. Ludemir, que já escreveu o livro “Sorria, você está na Rocinha” e se tornou inimigo dos chefes do tráfico por isso, atesta que o ritmo cumpre funções  diferentes para seus ouvintes. “Além de som de preto e favelado, o funk também é o som dos apaixonados”, lembra o escritor, ao falar de funks românticos  como os do MC Marcinho. Para ele, a popularização do ritmo aconteceu com “Feira de Acari”, do MC Batata (“foi o primeiro grande hit e esteve em trilha de  novela”, afirma), e hoje culmina no sucesso da MC Anitta, cuja música leva uma mensagem de autoestima para as mulheres.

 

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