Enchente devasta Fazenda Botafogo
Medicamentos do posto de saúde perdidos, uma lua de mel adiada, ou a impossibilidade de dormir sob o próprio teto. A enchente da madrugada de terça-feira, 10 de dezembro, afetou a vida dos moradores de Fazenda Botafogo, Zona Norte do Rio de Janeiro, de diversas formas. Na comunidade impera a desolação com a perda de bens e a solidariedade entre as famílias. É consenso entre todos, porém, a urgência pela dragagem do Rio Acari, cujo assoreamento é visto pelos moradores como a maior causa por ter o nível das águas chegado a 1,80m de altura. Segundo os antigos moradores da comunidade, foi a pior enchente já registrada ali – algo parecido aconteceu, pela última vez, em 1992.
O funcionário público André Costa morava com a mãe até a quinta-feira, 12, quando casou com Aline Conceição. Na antiga casa, estava a roupa para o casamento que, após a enchente, teve que ser substituída por um figurino emprestado. A lama também tomou o enxoval do casal que, além disso, transferiu a lua de mel para a tarde de sexta.

Mesmo tendo o nível da água baixado, o mau cheiro do rio continua nas paredes das casas, nos móveis e nas roupas. A invasão das águas estragou móveis e eletrodomésticos novos e a incerteza financeira leva moradores ao choro. Segundo a organização Proteste, os cidadãos afetados por enchentes têm direito à indenização do poder público pelos danos sofridos, já que este deve regulamentar a ocupação do espaço urbano, além de realizar obras que impeçam este tipo de transtorno.