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Tempestade afeta moradores do Alemão

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Fotos: Demerson Couto
Mais de seis mil pessoas abandonaram suas casas nesta quarta-feira, devido ao forte temporal que se abateu na madrugada de terça-feira no Rio de Janeiro. Quando as águas baixaram, pôde-se dimensionar o rastro de destruição deixado em todas as regiões do estado. Para muitas famílias, a reação foi de tristeza ao se deparar de manhã com os prejuízos trazidos pela enchente. Ainda restam 3 500 desabrigados no estado.
No Complexo do Alemão, cerca de 500 pessoas estão desalojadas desde o temporal. Enquanto a ajuda do poder público não chega, a Associação de moradores da Comunidade das Palmeiras organizou os primeiros socorros, junto com a vizinhança. Segundo o vice-presidente da associação, Galileu Vieira da Cruz, 47, sempre que começam as chuvas, surge a preocupação com as famílias que moram em áreas de difícil acesso. Galileu retrata que por volta das 2 horas da manhã, quando a sirene instalada na comunidade tocou, ele correu para a associação a fim de receber as primeiras famílias que vinham em busca de um local seguro.
“Os moradores do Complexo são muito unidos e estão sendo solidários, ajudando uns aos outros. Na hora de dormir, eles arrumam o local, e quando acordam, alguns vão trabalhar e quem fica ajuda para distribuir café da manha, almoço e jantar” relata Galileu. Na biblioteca do bairro, onde está prevista a instalação da futura Biblioteca Parque do Alemão, estão abrigadas 65 famílias, dormindo em colchões doados.
Fábio Ludogério da Silva, 33, estava sozinho dentro de casa quando foi surpreendido pela chuva, e diz ter visto a morte de perto. “Estava dormindo quando escutei um barulho, levantei, e as paredes da minha casa caíram em cima da minha perna. Fiquei soterrado, água e areia descendo dentro da minha casa, o chão começou a ceder… Eu gritava pedindo ajuda, mas ninguém me escutava”. No momento em que o outro lado da moradia desabou, Fábio foi projetado do lado de fora e socorrido pelos moradores que passavam por perto.

Carla Roberta de Souza, 40, ficou desabrigada com os quatro filhos, a neta recém-nascida de apenas um mês, e a prima com mais dois filhos. “Minha casa foi construída com tanto sacrifício e agora não temos onde morar, não sei o que vai ser do nosso final de ano”, lamenta, muito emocionada.

Um drama anunciado
Jaciara Salles, 20, também perdeu a casa onde morava com 6 pessoas, sendo 2 crianças. “Pensei que ia perder toda minha família”. A casa de sua irmã, logo acima da sua, também desabou. Segundo Jaciara, a Defesa Civil já havia visitado a área e interditado sua casa. Mas na ausência de uma proposta de realojamento, e no aguardo do prometido aluguel social, ela não teve outra solução do que permanecer no local, sob o aviso de evacuá-lo quando a sirene tocasse.
Na Vila Olímpica Carlos Castilho, localizada na Comunidade da Grota, também estão alojados cerca de 30 moradores. Maria Betânia, 27 anos, mora na localidade, na Rua Armando Sodré. Segundo ela, sua casa também foi vistoriada pela Defesa Civil, mas não foi condenada. Outras casas acima da sua, porém, foram interditadas. Com a chuva forte, essas casas desabaram em cima da sua, causando rachaduras e impossibilitando sua família de permanecer no local.
Na Vila Olímpica, cerca de 30 voluntários do jornal Voz da Comunidade estão fazendo o trabalho de arrecadação de alimentos e roupas para ajudar a comunidade. Camila Vilas Boas, 16, é voluntária do jornal. “Procuro ocupar meu tempo com as pessoas que precisam de ajuda, corremos atrás das doações, preparamos a comida e servimos aos morados abrigados aqui”.A ONG Educap é dos polos de arrecadação de donativos no Complexo do Alemão.

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