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Projeto embala crianças no Fallet

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Menino treina jiu-jitsu, modalidade mais procurada

Menino treina jiu-jitsu, modalidade mais procurada

As aulas de jiu-jitsu, circo, capoeira e teatro são mais do que atividades físicas no projeto Embalando Crianças, no morro do Fallet,em Santa Teresa. De acordo com Regina Rainha Tavares que, com o marido, Flávio Mazzaro, comanda a iniciativa desde 2010, os esportes são apenas atrativos para um trabalho de conscientização, disciplina e desenvolvimento pessoal para crianças e jovens da comunidade. Com o apoio do Serviço Social da Indústria (SESI) e do Projovem, por meio do Centro de Referência de Assistência Social, são promovidos, além das aulas, debates sobre direitos humanos e cultura, entre outros.

O casal acredita que essas parcerias só foram possíveis depois da instalação da UPP na favela, em 2011. Antes, as aulas eram na bancadas por doações de amigos e eram feitas na casa de Regina e Flávio. Hoje acontecem todos os dias, à tarde, no Instituto Nando É Vida, que cedeu o local. O espaço da Associação de Moradores e Amigos do Vale (Amavale), que Flávio preside desde 2011, também é usado ocasionalmente. Além das aulas, o cotidiano do Embalando envolve rodas de capoeira aos domingos e eventos esportivos, como a troca de faixas, no jiu jitsu.

A transformação que o projeto promoveu na vida dos cerca de 150 alunos, entre crianças e adolescentes, segundo Regina, é evidente. “As crianças eram muito arredias e agressivas. Jogavam pedras no contêiner da polícia. Hoje conversam com a gente, e aqueles que estão há mais tempo aqui ensinam os mais novos”.

Famílias não acompanham crianças

Regina ao lado do marido, presidente da associação. (Foto: Mariana Alvim)

Regina ao lado do marido, presidente da associação. (Foto: Mariana Alvim)

Ainda de acordo com a coordenadora do Embalando, que é professora do ensino básico, muitas famílias ainda não perceberam a importância do trabalho. “Primeiro a gente tem que conquistar as crianças, para depois conquistar os pais”, conta. A maioria dos alunos procura o projeto por iniciativa própria e têm pouca assistência das famílias. Regina conta que muitas mães não acompanham o desempenho escolar dos filhos, o que é feito no projeto. Regina chega a participar de reuniões com professores de seus alunos para tratar de dificuldades que eles enfrentam na vida escolar.

Para a pedagoga Fabiana Martins, moradora do Fallet e voluntária no Embalando, a iniciativa é importante justamente pela contribuição que oferece à educação de crianças e jovens. “Eu trabalho com crianças que sofrem o abandono por não terem tido um acompanhamento na infância. Projetos como este dão uma referência a essas crianças que ainda estão em formação”, diz. As duas filhas de Fabiana frequentam cursos no projeto e, segundo a mãe, adoram. “Minha filha mais nova faz aula de circo, capoeira, jiu jitsu e teatro”, conta.

O projeto vem crescendo e já existe fila de espera para algumas atividades, como jiu-jitsu, o curso mais procurado, e novas turmas, com aulas de rap. A parceria com o Unicirco, que leva 20 alunos para aulas semanais em sua sede, deve ser estendida. Mas, de acordo com o casal, o maior desafio do Embalando é tornar-se auto-sustentável, pois as parcerias dependem de fatores externos ao projeto. Ela diz que as crianças e jovens beneficiados muitas vezes perguntam quando o projeto vai acabar, e que sua vontade é justamente que ele permaneça pelo maior tempo possível. O nome Embalando Crianças é uma homenagem a um bloco de carnaval tradicional na favela, o Embalo de Santa Teresa.

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