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Qual a Justiça que Queremos?

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Para os incultos mortais como eu, nem sempre é possível decifrar os desígnios da justiça, entender a lógica de muitas de suas decisões.


Nascido e criado na maior favela da América latina a Rocinha, uma das maiores Comunidades do Mundo, William de Oliveira morador é Líder Comunitário obcerva que podemos fazer varias avaliações sobre a justiça que queremos, todos os dias ouvimos falar de varias irregularidades como jogo do bicho, jogo de ronda, trafico de drogas, bingos, caça niqueis, corrupção etc..etc..

Todos os dias, ouvimos falar de justiça, mais o que e justiça, como se faz justiça, onde se compra justiça, onde se vende justiça, aonde se encontra justiça, onde esta essa justiça tão falada, tão buscada, é que realmente muitos não sabem onde buscar.

Alias, aqueles que vivem nas religiões, também tem suas formas de buscar justiça, orando, jejuando e fazendo seus propósitos com Deus.

A final como devemos fazer para que essa justiça chegue as nossas comunidades, Municípios, Estados ou cidades. Será que a justiça que nos queremos, e a que chegou a casa de dona Maria, que estava se divorciando do marido, e recebeu uma intimação levada pelo próprio a pedido do oficial de justiça que iria intimá-la, e que alguns minutos depois ele volta dizendo que ela não iria assinar então fomos ate sua casa, e chegando lá para nossa surpresa dona Maria estava completamente sorridente, além de tudo, nos recebeu com água e cafezinho, por outro lado o oficial estava furioso por ela o fazer ir ate lá, ao perguntá-la porque ela não quis assinar o documento, dona Maria nos respondeu simplesmente, não esta escrito no documento que o sr. deveria me entregar em mão e em casa, ele respondeu, sim, então esse e o motivo de receber a justiça em mãos.

Para os incultos mortais como eu, nem sempre é possível decifrar os desígnios da justiça, entender a lógica de muitas de suas decisões. Por exemplo:

Um motorista em alta velocidade, bêbado, voltando de uma balada, ziguezagueando, atropela um ciclista, arranca-lhe o braço, que cai dentro do carro, pega, joga num riacho, foge, volta depois, é preso, permanece sete dias na cadeia e é solto. Os médicos disseram que se ele, estudante de psicologia, tivesse prestado socorro, o braço poderia ter sido reimplantado. Ele ficou na prisão menos tempo do que a vítima no hospital, de onde só saiu anteontem. O desembargador alegou, para lhe conceder habeas corpus, que o atropelador “não tem envolvimento criminal anterior”. Quer dizer: é provável que só reincidente ele permaneceria na prisão.

Outro caso. A chefe da UTI de um hospital é denunciada por vários homicídios duplamente qualificados e formação de quadrilha, num episódio macabro que chocou Curitiba. Como vem sendo noticiado, ela “antecipou a morte” (parece que hoje ninguém mata mais, apenas antecipa a morte) de sete pacientes por asfixia, depois de receberem medicamentos que paralisaram seus movimentos respiratórios e após terem reduzida a ventilação por aparelhos. A médica esteve presa um mês e, como o processo corre em segredo de justiça, não se sabe por que foi libertada, assim como outros cinco cúmplices.

Enquanto isso, no Rio, o líder comunitário da Rocinha William de Oliveira esteve preso sem sentença há um ano e cinco meses, acusado de vender armas para um traficante. A prova parecia robusta: um vídeo exibindo a transação. Acontece que se tratava de uma farsa com motivação política. Um morador da favela, em depoimento em juízo, acabou confessando que, por ordem do tráfico, ele editara o material para incriminar e desmoralizar o inimigo, cujo prestígio junto aos moradores e às autoridades incomodava o poder dos bandidos locais. A adulteração foi confirmada por dois peritos, um da própria Polícia Civil e outro da defesa, Ricardo Molina.

No Final de Abril 2013, a justificativa para mais uma negativa de liberdade provisória foi a suposta “periculosidade” do acusado, sem levar em consideração que sua ação na Rocinha há dez anos resistindo ao tráfico foi reconhecida por organizações de Direitos Humanos e pelo governador Sérgio Cabral.

Diante disso, vai convencer quem ficou preso há 17 meses sem culpa formada que a Justiça é igual para todos, mesmo que o acusado seja, como William da Rocinha, negro, pobre e favelado.

 Por: William de Oliveira (Rocinha) (Presidente do Movimento Popular de Favelas) e Zuenir Ventura Colunista do Jornal Oglobo.

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