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Bala perdida acha jovem de 21 anos na Rocinha. Ela deixa marido e dois filhos

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Nas últimas semanas voltamos a viver dias violentos na Rocinha. Os frequentes tiroteios já viraram rotina e até são considerados normais. As famílias voltaram a sofrer.

Acompanhando a família de Adriene Solan do Nascimento, 21 anos, moradora, nascida e criada na comunidade, não falo aqui como jornalista e sim como amigo de muitos anos. Posso afirmar que vi Adriene na barriga se sua mãe!! Adriene Solon era muito querida. Casada e mãe de dois filhos, ela nos deixou na madrugada de domingo, por causa de uma bala perdida em meio a mais uma troca de trios dentro da Favela da Rocinha. Lamento o ocorrido e venho prestar meus sentimentos a todos, diante de um fato irreparável e inaceitável!!!!

Deixo um relato de Fábio Lau, que não mora na comunidade, mas teve o prazer de conhecer Adriele. Ele fez questão de expor sua indignação, lembrando o amor que Adriele sentia pela família e sua honestidade. Ela era uma pessoa cheia de vida. Agora, essa é mais uma família destruída por causa de uma MALDITA BALA PERDIDA, que sempre encontra uma vida inocente.

Na favelas ouve-se vários relatos de que ninguém mais aguenta viver no meio de tanta violência. Precisamos aprender como resolver isso… Hoje estamos no meio de dois exércitos armados e, é claro, totalmente despreparados. Da mesma forma que vemos um jovem sem experiência nenhuma entrar para o trafico e receber uma arma de fogo, que pode tirar a vida de alguém, percebemos que não é diferente na segurança publica do Rio, onde policias são formados em seis meses. Os próprios policiais apelidaram o treinamento de “formação pipoca”. O Estado pega esses novos policias, na maioria jovens, diz que eles são heróis (e eles acreditam),  uma formação relâmpago e um fuzil e coloca todos dentro das favelas, mesmo eles não queiram (uma simples pesquisa poderia revelar quantos desses policias não gostariam de estar longe dessas comunidades).O pior é que esses jovens acreditam no “treinamento” e fazem das favelas um território de guerra. Não é possível que, com todas essas ocupações desordenadas e sem planejamento, esse projeto dê certo!

Me diga agora: quem vai cuidar dos dois filhos de Adriene Solan? Ela tinha apenas 21 anos. Seu marido chorava todo o tempo, dizendo que ela era sua coluna. Como ficará a estrutura dessa família? Hoje é muito fácil criticar quem mora na favela, mas ao ligar a televisão e abrir os jornais, todos vêem que a violência já desceu para o asfalto há muito tempo. Está na hora de unir asfalto e favela, para, juntos, discutir a tão almejada PAZ! Enquanto isso, só nos resta pedir a DEUS que não tenhamos uma próxima vitima de balas perdidas…

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