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LAB.Rio aposta em participação das juventudes

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O Conselho da Juventude visa pensar a cidade do Rio de Janeiro pelo olhar das juventudes que moram ou circulam pela cidade. (Fotos: Debora Pio)

O Conselho da Juventude visa pensar a cidade do Rio de Janeiro pelo olhar das juventudes que moram ou circulam pela cidade. (Fotos: Debora Pio)

As jornadas de junho de 2013, cujo estopim foi o aumento da tarifa do preço dos ônibus nas grandes capitais, foi o cenário ideal para que diversas pautas que não vinham ganhando muito destaque viessem à tona, principalmente os assuntos relacionados às juventudes. Uma das reivindicações que emergiu dentro deste contexto foi a falta de representatividade política, tanto nos partidos quanto nas instituições públicas.

As demandas das ruas se intensificaram e se organizaram nas redes sociais. Isso foi o catalisador para que uma série de iniciativas independentes começassem a surgir justamente para ocupar este lugar de cobrar e fiscalizar das instituições maior participação popular e mais transparência no processo democrático.

Uma destas plataformas de participação foi lançada na última terça-feira, dia 28, no Palácio da Cidade, em Botafogo. Encabeçado por lideranças jovens, o LAB.Rio (Laboratório de Participação da Prefeitura) está à frente da construção do Conselho de Juventudes do Rio, que tem como principal proposta envolver 100 jovens do Rio de Janeiro, ou que tenham grande vivência na cidade, para participação direta no Planejamento Estratégico em vigor e sobre os próximos que virão.

O evento de lançamento do Conselho também promoveu o debate “Juventude e a Cidade Conectada”, que contou com a participação do Secretário Executivo de Coordenação de Governo, Pedro Paulo, a jornalista do Observatório de Favelas e mestranda Silvana Bahia, o ativista social e repórter da Globo News Raull Santiago, a coordenadora da Agência de Redes para a Juventude e escritora Ana Paula Lisboa e a coordenadora do Conselho Thamyra Thâmara. Com a mediação de Luti Guedes, os integrantes da mesa compartilharam suas experiências de trabalho e mostraram como as novas tecnologias podem colaborar para a participação da população em processos decisivos para a cidade.

Silvana abriu sua fala explicando que o jovens não têm uma postura passiva diante das novas tecnologias. “O jovem hoje não é apenas consumidor deste conteúdo da web, ele também é produtor deste conteúdo. Temos que pensar em como a tecnologia pode mudar a nossa vida”, provocou.

Processo visa garantir a diversidade

O Conselho pretende engajar jovens de diferentes partes da cidade e garantir a pluralidade de pensamento, abrindo espaço principalmente para jovens de grupos menos favorecidos. “Nossa prioridade é a juventude negra, a juventude LGBT, a juventude trans, a juventude com deficiência”, exemplificou Thamyra.

Thamyra Thâmara explica como será o processo seletivo. (Foto: Divulgação/LAB.Rio)

Thamyra Thâmara explica como será o processo seletivo. (Foto: Divulgação/LAB.Rio)

Usando sua experiência com a metodologia da Agência de Redes, Ana Paula cutucou a mesa dizendo que “é importante que o Conselho pense no jovem que não pode estar em uma reunião às 14h, no jovem que trabalha. E pensar também no jovem que não está organizado”, observou.

A metodologia que será utilizada no Conselho ainda não foi definida, mas os integrantes do LAB.Rio estão promovendo há dois meses reuniões periódicas com a sociedade civil para pensar coletivamente sobre todo o processo. Além disso, Thamyra garantiu que, para garantir que o maior número de jovens possível consiga se inscrever, haverá terão bases espalhadas pelas comunidades, para o público que não consegue acesso à Internet com facilidade. “Nós vamos visitar todas as Casas Vivas, teremos uma base em escolas do Complexo do Alemão, Vila Kennedy e outras favelas. Levaremos a estrutura para que os jovens consigam se inscrever”, garantiu.

Participação nos processos é principal meta

Pedro Paulo falou que o engajamento juvenil é a “meta das metas” da Prefeitura no momento e revelou que está muito ansioso com o Conselho. “É um desafio enorme. A cidade ainda está em ebulição por conta dos megaeventos, mas temos que pensar numa perspectiva pós 2016 – e o jovem tem que ser protagonista do planejamento estratégico como um todo, não só pensar as pautas da juventude”, explicou.

Uma das perguntas que surgiu da plateia durante o evento foi sobre como garantir o espaço de fala diante desta proposta de abranger as várias juventudes. Ana Paula contou que participou da Escola Popular de Comunicação Crítica (Espocc), que também reunia jovens de diferentes partes da cidade – e que no início “eles caíam na porrada, mas no final foi só amor”, divertiu-se.

Raull finalizou o encontro atentando que, à despeito da falta de confiança da juventude nas instituições, a atual geração está mais aberta ao diálogo, mas também está muito alerta para fazer cobranças. “A internet derrubou a guerra de facções, hoje jovens de favelas comandadas por facções rivais dialogam através do espaço virtual, coisa que era impensável há alguns anos. Nós somos a geração que aceita os desafios, que ocupa os espaços, que vai lá e fala. Se der certo, ótimo. Se não der, nós somos os primeiros a cobrar também”, concluiu.

As informações sobre o processo seletivo do Conselho da Juventude podem ser encontradas aqui.

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