Surf do Alemão leva crianças à praia
Quando Wellington Cardoso ia à praia da Macumba vender sanduíches e refrigerantes, outra coisa, além das vendas, tomava a sua atenção: o surf. O então adolescente se virou para aprender o esporte e hoje, com 31 anos, ajuda outros meninos a dominar as ondas, no Surf do Alemão. O surfista, que também é gerente de cinema, leva duas vezes na semana 30 alunos para surfar na Praia do Recreio.
O projeto começou em 2011 com o objetivo de transformar jovens em surfistas e cidadãos, além de ensiná-los a ter disciplina. “As crianças devem aprender desde pequenas a ter um foco para alcançar seu objetivo”, afirma Cardoso. O coordenador ressalta que para participar do projeto os alunos precisam estar estudando e ter um ótimo desempenho. Quem tira nota ruim não tem vez. “Acompanho todos de perto, faço reunião com os pais e procuro ajudar dando conselho aos seus filhos. Ver alegria no rosto de uma criança não tem preço, eu venci, eles também vencerão”, afirma Wellington, com sorriso no rosto e a certeza de que o projeto pode crescer muito mais.Força de vontade para encarar o mar
O Surf do Alemão começou depois que Cardoso ajudou uma criança da comunidade a encarar o mar. Matheus Oliveira Silva, de 12 anos, tinha o sonho de surfar, e como a comunidade ficava longe da praia, esse sonho parecia igualmente distante. Ao perceber a força de vontade de Matheus, mesmo com as dificuldades de locomoção, Cardoso ficou motivado e resolveu oferecer esta oportunidade a outras crianças, criando assim o projeto.
O Surf do Alemão tem apoio do Centro de Aprendizagem e Desenvolvimento do Surf (Cades), que oferece professores voluntários. O resto dos gastos, como transporte e alimentação dos alunos, é bancado por Cardoso. O esforço pessoal, seja no Surf do Alemão ou em sua vida, parece ter sempre feito parte da vida do surfista. “No primeiro contato com o esporte eu ficava olhando os surfistas e perguntava a eles como fazia para surfar. Então entrei na água e subi na prancha meio sem jeito, mas foi ótimo” recorda Cardoso, que diz não surfar para competir, mas por gosto. “Não tenho medo do mar e sim respeito pela natureza, sou um surfista de alma, gosto de estar com meus amigos e me sinto bem”, afirma o criador do projeto.






