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Surf do Alemão leva crianças à praia

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Foto: Demerson Couto

Quando Wellington Cardoso ia à praia da Macumba vender sanduíches e refrigerantes, outra coisa, além das vendas, tomava a sua atenção: o surf. O então adolescente se virou para aprender o esporte e hoje, com 31 anos, ajuda outros meninos a dominar as ondas, no Surf do Alemão. O surfista, que também é gerente de cinema, leva duas vezes na semana 30 alunos para surfar na Praia do Recreio. 

Foto: divulgaçãoO projeto começou em 2011 com o objetivo de transformar jovens em surfistas e cidadãos, além de ensiná-los a ter disciplina. “As crianças devem aprender desde pequenas a ter um foco para alcançar seu objetivo”, afirma Cardoso. O coordenador ressalta que para participar do projeto os alunos precisam estar estudando e ter um ótimo desempenho. Quem tira nota ruim não tem vez. “Acompanho todos de perto, faço reunião com os pais e procuro ajudar dando conselho aos seus filhos. Ver alegria no rosto de uma criança não tem preço, eu venci, eles também vencerão”, afirma Wellington, com sorriso no rosto e a certeza de que o projeto pode crescer muito mais.

Foto: divulgação

James Leandro da Cunha, de 16 anos, é um dos moradores do Complexo do Alemão que se beneficiou do projeto. Ele conta que na primeira vez que praticou o esporte ficou muito nervoso, mas mesmo assim sonha ser um surfista profissional. “O projeto acrescentou muita coisa na minha vida e me incentivou a ter um ótimo desempenho escolar. Para continuar no projeto, procuro estudar e tirar notas boas”.
A avó do garoto, Geni Leandro, relata que o comportamento do seu neto mudou muito depois que ele começou a participar do projeto. “O Wellington é um ótimo menino, ajudou muito para o crescimento escolar do meu neto. Peço a Deus para protegê-lo, e ao meu neto que olhe bastante para o mar antes de entrar na água”, completa ela com um sorriso. Luzenilda Esteves, mãe de Beatriz Barreto, também afirma que o comportamento da filha de 11 anos melhorou muito depois do projeto. A menina, por sua vez, lembra da emoção ao ganhar sua primeira prancha.

Força de vontade para encarar o mar

O Surf do Alemão começou depois que Cardoso ajudou uma criança da comunidade a encarar o mar. Matheus Oliveira Silva, de 12 anos, tinha o sonho de surfar, e como a comunidade ficava longe da praia, esse sonho parecia igualmente distante. Ao perceber a força de vontade de Matheus, mesmo com as dificuldades de locomoção, Cardoso ficou motivado e resolveu oferecer esta oportunidade a outras crianças, criando assim o projeto.

Foto: Demerson CoutoO Surf do Alemão tem apoio do Centro de Aprendizagem e Desenvolvimento do Surf (Cades), que oferece professores voluntários. O resto dos gastos, como transporte e alimentação dos alunos, é bancado por Cardoso. O esforço pessoal, seja no Surf do Alemão ou em sua vida, parece ter sempre feito parte da vida do surfista. “No primeiro contato com o esporte eu ficava olhando os surfistas e perguntava a eles como fazia para surfar. Então entrei na água e subi na prancha meio sem jeito, mas foi ótimo” recorda Cardoso, que diz não surfar para competir, mas por gosto.  “Não tenho medo do mar e sim respeito pela natureza, sou um surfista de alma, gosto de estar com meus amigos e me sinto bem”, afirma o criador do projeto.

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