Single Blog Title

This is a single blog caption

Parada Gay na Maré reúne mais de 5 mil

Share on Facebook0Tweet about this on Twitter

Fotos: Rosilene Miliotti
“Igual a você, quero respeito”, esse foi o lema do evento que atraiu mais de cinco mil pessoas, no domingo, 1, organizado pela ONG Conexão G. Mulheres, homens, jovens, idosos, crianças, famílias inteiras dançaram praticamente todas as músicas, em geral, funk. Os sucessos da cantora Anitta deram o tom da festa. Gilmar Cunha, presidente do Grupo Conexão G, define o evento como um ato político, antes de ser uma festa. “A Parada Gay marca o fim de um dia inteiro de trabalho de orientação de saúde e cidadania, com objetivo de levar serviços e oportunidades ao público. Distribuímos, durante a feira, mais de 30 mil camisinhas”, diz Gilmar.

A preocupação sócio-econômica está no centro das ações da ONG. “O movimento LGBT é um movimento de classe média. O gay na Zona Sul costuma ter nível superior, mas na favela dificilmente chega à universidade. Estamos aqui para mostrar que é preciso que o movimento seja de inclusão, que é preciso construir uma agenda de políticas públicas para a população LGBT da favela e da cidade”, ressalta Gilmar. Para ele, as diferenças sociais e econômicas mostram como as barreiras que a comunidade LGBT precisa enfrentar nas periferias são ainda maiores.

Combater o preconceito

Moradores da Maré aprovaram a iniciativa. Rosemberg Medeiros, que acompanhou o evento com sua esposa, disse que essa é uma brincadeira muito saudável. “Eu acho que violência contra homossexuais é coisa de gente ignorante. Cada um tem um ritmo de vida e gosta do que quiser. Eu não tenho homossexuais na família, mas meu vizinho é, e nos damos muito bem”, diz.

“Não tenho nada contra as igrejas ou qualquer religião. Mas é muito triste saber que as igrejas da Maré estavam se reunindo para fazer uma vigília por conta da nossa Parada. Eu queria dizer o seguinte: somos filhos de Deus também. As nossas manifestações são tranqüilas e agradáveis. É muito bonito ver pais, mães e crianças aqui dentro contribuindo para um Brasil menos desigual”, desabafa Gilmar.

O desfile começou na Rua Teixeira Ribeiro, na comunidade Nova Maré, passou pela Nova Holanda, Rubens Vaz e terminou na Praça do Parque União com show de Travestis.

Na pauta, saúde e cidadania

O dia de serviços começou ainda de manhã, em torno de 15 barracas nas quais especialistas promoveram debates e discutiram diversas temáticas, como a incidência da Aids na população e o combate à homofobia. “Muitas mulheres que têm Aids, por exemplo, não sabem que não podem amamentar. E ainda há o mito de que mulher casada não precisa usar camisinha”, lamenta Marilda Gonçalves, técnica em enfermagem do Posto de Saúde Samora Machel.

A feira de saúde também abrangeu assuntos mais gerais, como tuberculose, amamentação e higiene bucal. Além disso, a manifestação contou com apresentações culturais e falas de líderes locais. Em outubro, será lançado o resultado da pesquisa realizada durante o evento sobre o acesso da população LGBT ao sistema de saúde. A pesquisa é uma parceria entre o Grupo Conexão G e o Promundo. “Eles disseram que são bem atendidos nos hospitais, mas pedem mais paciência nas consultas”, disse a voluntária Maria Barros, que entrevistou o público LGBT para a pesquisa.

Deixe uma resposta

Parceiros