Rap e fotografia unem juventude na Pavuna
Com o intuito de aproximar os moradores do Complexo do Chapadão e da Pedreira, territórios divididos pela linha do metrô e pela rivalidade existente entre facções contrárias; e também para fortalecer o movimento de hip hop e incentivar a utilização do espaço público, surgiu o Rap na Reta, um evento mensal aberto e gratuito. A terceira edição aconteceu na noite de 10 de janeiro.
Ao longo do muro do metrô, entre as estações de Engenheiro Rubens Paiva e Pavuna, música, batalhas de rima e poesia deram vida a um território que antes era habitado pelo medo. O evento contou com o som do DJ Benny Jay, shows do rapper Síntese Matrero, R93 e Trap Rap. Expôs também a mostra de fotografia “Cores do Gueto”, do fotojornalista paranaense Gustavo Carneiro.
A ideia foi desenvolvida por três jovens de territórios populares durante o primeiro ciclo da Agência de Redes Para Juventude na Pavuna: o rapper Marjan Rosa, 25 anos, morador do Complexo do Chapadão, e seus parceiros Diogo Bardu e Mano Tim, do Complexo da Pedreira criaram Rap na Reta pensando em reunir adversário em torno de novo foco: “Arte sem violência e a união de gangues rivais por um único objetivo é, e sempre será, um dos maiores intuitos do movimento. Trazê-lo dessa maneira a esta região propõe tal união pela arte para tantos jovens que curtem dos mesmos gostos, além de apresentar o movimento como uma alternativa de diversão diferenciada. O evento quer promover também a cultura Hip Hop”, resume Marjan.
Morador da Pavuna, Jorge Walace, 22 anos, avalia de forma positiva a iniciativa: “O Rap na reta é maravilhoso. É importante se apropriar do espaço público com manifestação cultural e esse espaço precisava mesmo de uma iniciativa como essa. Estou feliz em ver maior circulação cultural e artística nessa área”, avalia. Felipe Leal, 21 anos, também fez um balanço positivo. “O evento hoje ficou brabo. Adorei as apresentações, e como falou o Rapper Síntese, a cada edição a gente aprende um pouco. Que venham mais edições do Rap na Reta na Pavuna. ” resumiu.
Antes de chegar ao formato atual, de roda de rima com microfone aberto com shows e intervenções artísticas, o Rapper e organizador do evento, Marjan já desenvolvia a Roda Cultural do Vilage, no próximo ao Morro do Chapadão, mas o evento cultural não atraia moradores de outras localidades. Agora, no local neutro, o Rap na Reta atrai pessoas até de fora da Zona Norte. De acordo com a organização o público é de cerca de 150 pessoas a cada edição.
O evento acontece em todo segundo sábado de cada mês. Em fevereiro, por causa do Carnaval, a data ainda não foi divulgada.