Da Baixada Fluminense à Uganda: o que esperar?
A aventura começa com um simples sim, uma resposta positiva em meio a todas as negatividades dessa vida. O que nos separa não é a diferença, é a indiferença. Sou Eli Geovane, jovem, cristão-católico, atuante no movimento Renovação Carismática Católica do Brasil (RCCBRASIL), estagiário do projeto Viva Favela, graduando em Serviço Social pela PUC-Rio, pesquisador social na área de informação e cheio de esperança pela transformação da visão individualista das pessoas que vivem neste mundo. Na segunda quinzena deste mês de julho, de forma voluntária, com uma equipe de profissionais/ missionários, estarei partindo para Uganda – África Central – coração deste vasto continente africano.
Desde 2012, com o envio das duas primeiras missionárias (RCCBRASIL), Fabiany de Souza Silva, natural de Várzea Grande/MT, e Rita de Cássia Luiz de Sá, de Cacoal/RO, o projeto Kareebi, que quer dizer “Padrinho”, no dialeto local, tem trazido bons resultados na educação primária das crianças residentes da cidade de Mbarara. Mais de 50 crianças são atendidas neste projeto, visto que a educação seria a forma mais eficaz de mudar o contexto atual desses jovens e crianças que não poderiam estudar pelo alto valor cobrado nestas instituições. Fico a me perguntar: será que lá encontrarei crianças, jovens e idosos que vivem à margem da sociedade e que infelizmente não tem os seus direitos garantidos? Talvez não será tão diferente do que vemos em algumas favelas aqui no Rio de Janeiro. Você já ouviu falar em Novo Horizonte? Morro dos Mineiros? Vila Cruzeiro? Favela do Lixão? Morro de São Pedro?
Invisibilidade dos direitos humanos, com certeza vemos aqui e em qualquer parte do mundo. É, muitos nunca ouviram falar, mas em visita a estas, por meio do meu estágio acadêmico aqui no Viva Rio, eu percebi que um grande número de pessoas nunca conseguiram sequer serem ouvidos por aqueles que os representam politicamente.
O objetivo desse blog é apresentar minhas opiniões pessoais de cunho interventivo e informacional. Diligenciando para conseguir utilizar a comunicação como instrumento de intervenção para garantia de direitos. Conseguem me acompanhar? Esta invisibilidade me incomoda, e acredito que a partir desta, tapamos nossos ouvidos, obscurecemos a nossa visão e amortecemos os sentidos. A artimanha “dos grandes”. Não porque queremos, mas sim porque nos acostumamos com o que é servido. John Naisbitt, um escritor americano, muito conhecido pelo best seller, “Megatendências 2000” da década de 1980, já proferia que: “A nova fonte de poder não é o dinheiro nas mãos de poucos, mas informação nas mãos de muitos”. Esta frase nos faz refletir, indagando a todos nós a observar além do que os olhos podem enxergar. É preciso ter coragem para desmistificar o cruel sistema capitalista e os seus frutos. Como diria um líder africano muito famoso:
Aprendi que a coragem não é a ausência do medo, mas o triunfo sobre ele.
O homem corajoso não é aquele que não sente medo, mas o que conquista esse medo.
(Nelson Mandela)
No próximo bate-papo vamos conhecer um pouco mais sobre a “pérola da África”, Uganda, suas atualidades, características locais e algumas curiosidades.