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Landinho Ducorte

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De aparelho nos dentes e ostentando marcas como John John, Reserva, Adidas e Nike em um só look, Orlando Moisés Barbosa, 17 anos, o “Landinho”, a primeira vista parece um jovem comum: tímido, tem um discurso marcado por gírias e uma certa tranquilidade nos gestos.

Nascido e criado na cidade de Seropédica, se mudou no início do ano com a família para o Morro do Sereno, na Zona Norte do Rio. É lá que ele está começando sua carreira como barbeiro profissional, em um salão improvisado na subida do morro. O ofício começou meio por acaso, ainda em Seropédica. “Um amigo levou a gilete para a escola e pediu para eu fazer o pé dele. Eu fiz, ele gostou e aí eu comecei a fazer o pé do pessoal da escola”, conta, referindo-se à finalização de um corte.

Já no Sereno, com uma máquina emprestada, ele fez testes no cabelo do irmão e de outros voluntários. Até que Bernardo Pará, também de 17 anos e proprietário de um salão, o convidou para ser o titular do lugar no período da manhã e da tarde. “Em uma semana, eu consegui juntar dinheiro para comprar minha máquina”, afirma. Hoje, ele já tem clientela fixa e chega a fazer até vinte cortes por semana. “Tem finais de semana que fica com fila na porta”, garante. Landinho está no 8º ano e deixa os estudos para o turno da noite.

Os cortes na máquina custam R$10,e com o arremate com gilete ou navalha, o preço sobe para R$12. Os cortes que mais fazem sucesso são o “corte de jaca”, “quadrado”, “asa-delta” e “PQD disfarçado”. Como brinde, Landinho ainda dá uma moral na sobrancelha dos meninos. “Aproveito que eu já tô com a mão na massa e dou um jeitinho na sobrancelha dos moleques. Fica todo mundo bonitinho”, brinca.

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