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Rocinha sofre com falta d’água em pleno verão

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Fotos: Cecilia VasconcelosNum dos verões de temperaturas mais elevadas dos últimos anos, moradores da Rocinha têm que enfrentar um inimigo ainda maior: a falta d'água! Com torneiras secas há dias, moradores se viram como podem para enfrentar o calor, cozinhar, além, é claro, da higiene pessoal. Hoje, existem duas Elevatórias na Comunidade, mas de acordo com os moradores, não está sendo o suficiente. A Cedae diz que o abastecimento está regularizado, mas não é o que dizem os moradores.

A água cai a cada 4 ou 5 dias, obrigando-os a estocar água e carregar baldes na cabeça por metros de distância com subidas e muitas escadas.

Simone Moura, 30 anos, moradora da localidade da Cachopa, diz que já se acostumou com a situação. Água na casa dela só aparece a cada 4 dias. E por pouco tempo, geralmente no período da manhã. Na noite de terça-feira, dia 18 de fevereiro, a depiladora aproveitou a visita do irmão e, junto com ele, passou mais de duas horas carregando água para estocar numa piscina de plástico improvisada para os dias de escassez. A água coletada numa bica de fonte natural, como ela mesma diz, é o que salva muita gente.

“A distancia é grande, a bica é lá embaixo (na Vila Verde) e eu moro aqui em cima (Cachopa). Se meu irmão não me ajudasse eu estaria esperando água da chuva até agora”. Simone improvisou uma calha pra colher água da chuva, o que já não acontece há algumas semanas no Rio de Janeiro. “Não tem outro jeito, somos obrigados a isso”.

Luís Carlos Oliveira é casado, tem uma filha de nove anos e atualmente está desempregado. Ele já cobrou uma solução da Cedae e nada: “Já me vi pegando água sete dias na semana aqui nesse lugar. É uma vergonha”. Luiz é morador da Vila Verde e se vira como pode para manter a higiene, cuidar da filha e da casa.

Lúcia Macedo, moradora da Cachopa, casada, está na mesma condição: “Estou há mais de dez dias sem água. Para cozinhar, tenho que comprar água engarrafada. Às vezes tomo banho no trabalho”. Lúcia trabalha na Clínica da Família, na Rua 1, ao lado do posto da Cedae onde, segundo ela, não adianta reclamar.

Até na base da UPP localizada na Cachopa, a água não chega. Alguns policiais informaram que também já reclamaram diretamente no posto da Cedae e não foram atendidos. Eles também poupam e estocam a pouca água que chega como podem.

Através da Assessoria de imprensa, a Cedae informou que o abastecimento está normalizado, mas explica que, nos meses anteriores, as áreas de Vila Verde e Terreirão foram prejudicadas por conta de um baixo rendimento de uma das Elevatórias. De acordo com a companhia, as elevatórias que atendem à comunidade ainda estão em obra e, quando prontas, permitirão que o abastecimento seja ainda mais satisfatório. A Cedae informou ainda que desconhece reclamações por falta d'água durante períodos longos, como relatado por alguns moradores. A base da UPP da Cachopa, por ser abastecida pelo mesmo sistema da Vila Verde, passou por problemas também. 

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