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“O problema não é tão grave”

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Entrevista com Wagner Victer, engenheiro civil e presidente da Cedae


Foto: DivulgaçãoAgostinho Vieira: Como está o saneamento nas favelas atualmente?

Wagner Victer: A situação não é tão ruim quanto parece. Dados do IBGE mostram que em algumas favelas, a cobertura da rede de esgoto é de quase 100%. Hoje em dia são poucos os lugares onde se encontram línguas negras e problemas de saúde provocados por elas.

AV: Mas o IBGE se baseia na resposta dos moradores e não distingue se o esgoto está sendo tratado ou indo para rios e mares.

WV: De fato, o sistema de esgoto usado nas favelas é o sistema unitário, onde o esgoto é canalizado juntamente com as águas pluviais. Mas este sistema é usado em outras partes do mundo. Seria impossível trocar tudo para usar o sistema separador absoluto, seria uma obra muito grande.

AV: A coleta de esgoto é eficiente nas comunidades?

WV: O problema da coleta está quase resolvido. Quase não tem língua negra e doenças nas comunidades. O maior problema é o tratamento de esgoto. Por isso temos o projeto “Sena Limpa” e as obras do PAC. Existem muitas obras em curso. Os dutos da Niemeyer estão sendo trocados, uma nova elevatória será feita em São Conrado e o esgoto do Chapéu Mangueira e da Babilônia irão para o emissário submarino de Ipanema. O esgoto do Alemão irá para a Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) da Alegria, onde está sendo feita uma obra para aumentar o volume de esgoto tratado. Hoje são cinco mil litros por segundo de tratamento primário e 2,5 mil de tratamento secundário. Vai passar para 7,5 mil litros por segundo de tratamento primário e secundário.

AV: Como são divididas as responsabilidades, entre as instituições, no que diz respeito ao esgotamento das favelas?

WV: Até 2007, as favelas eram responsabilidade da Cedae. Em janeiro de 2007, o ex-prefeito César Maia pediu ao Sérgio Cabral para ficar com o saneamento das favelas e da Zona Oeste. Ele levou, mas não fez quase nada. Em 2012, o Eduardo Paes pediu para o Cabral levar as favelas de volta. Hoje, a Cedae cuida das favelas que têm UPP. As outras ficam com a Rio Águas e a Zona Oeste com a empresa privada Foz Águas 5.

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