Folia de Reis do Santa Marta

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Além de moradia para milhares de pessoas, favela-modelo do programa UPP e objeto de filme de Eduardo Coutinho, entre os dias 25 de dezembro de 20 de janeiro, a favela Santa Marta ganha uma nova faceta: ela se torna cenário de uma Folia de Reis Penitentes que existe ali há mais de 50 anos e é perpetuada de pai para filho. Tudo começou na Ilha do Governador, onde os mestres Luiz, Dodô e Diniz conheceram a Folia do Mestre Zé Cândido e se inspiraram para levar a tradição para o Santa Marta. Desde então, eles se sucederam no comando da Folia. Depois da morte de Diniz, seu filho, Riquinho, passou a comandar a Folia junto com o irmão Mestre Palhaço Ronaldo, o sobrinho Mestre Palhaço Junior e o irmão adotivo Contra Mestre Cosme.

Perguntado sobre a importância da tradição em sua vida, Riquinho foi categórico. “Ela tem toda a importância. Meu pai, meu irmão, meu tio já participaram. Faz parte da minha família”, afirmou, lembrando também que a celebração tem grande importância na vida cultural da comunidade. Na Folia de Reis, que acontece em várias partes do Brasil, os grupos visitam as casas, onde cantam “toadas” – versos que se referem ao caminho dos três Reis Magos. Depois do dia 6 de janeiro, as homenagens no Santa Marta se voltam a São Sebastião, que é homenageado no dia 20 do mesmo mês.