Single Blog Title

This is a single blog caption

Amarildo representa grupo vulnerável a desaparecimentos

Share on Facebook0Tweet about this on Twitter

O pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido desde o dia 14 de julho, representa uma realidade que atinge milhares de cidadãos no estado do Rio de Janeiro.


O pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido desde o dia 14 de julho, representa uma realidade que atinge milhares de cidadãos no estado do Rio de Janeiro. De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública, 5.473 pessoas desapareceram em 2010, e a própria instituição admite que estes números não envolvem todos os casos registrados pela Polícia Civil.

Amarildo, pobre e pardo, também representa uma maioria socialmente vulnerável aos desaparecimentos: a maior parte dos desaparecidos em 2010 possuía ensino fundamental incompleto (40,5%), pertencia ao sexo masculino (59%) e era de cor parda (42,2%). Além disso, trabalhadores assalariados de nível médio compõem o segundo grupo com maior número de desaparecimentos por profissão (19,3%), atrás dos estudantes (27,4%).

Apesar de 67% dos desaparecidos no estado serem maiores de idade, a faixa etária que compreende adolescentes entre 12 e 17 anos registra a maioria dos casos: 27,4%. Para menores de idade, o risco de desaparecimento é maior no estado do Rio, campeão no Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos, com 29,83% dos casos.

A prevenção e a luta contra a impunidade do desaparecimento de crianças e adolescentes é o objetivo do Movimento Helaiz, criado por mães cujos filhos não voltaram para casa. Uma delas é Helena Figueiredo: sua filha desapareceu há exatamente sete anos, no morro do Tuiuti, em São Cristovão. Para ela, o problema reside no fato dos desaparecimentos não serem relacionados, desde o começo, a um possível ato criminoso. “O desaparecimento é um fenômeno no qual, muitas vezes, há um crime por trás. Mas, não sendo considerado o crime, não há investigações e a impunidade continua existindo”, diz.

Helena lamenta que o poder público e a mídia não dêem a devida atenção a um problema, segundo ela, invisível e blindado pela justiça. “Desde aquele dia me sinto impotente e por isso, voltei a estudar para ter conhecimento para lutar por esta causa”, declara a cozinheira, que termina o ensino médio e pretende começar a estudar Direito no ano que vem.

O caso de Amarildo ganha cada vez mais a solidariedade da sociedade civil. Amanhã, acontece na Associação de Moradores da Rocinha uma reunião sobre o caso do pedreiro, às 18h30.

Deixe uma resposta

Parceiros