#20 Sustentabilidade

A Prefeitura do Rio diz que a cidade eliminou todos os lixões, como determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Mas os especialistas questionam e informam que o novo aterro para tratamento do lixo, em Seropédica, está próximo de uma reserva de água subterrânea que pode abastecer 700 mil pessoas por dia. 

O conjunto de favelas da Maré, Zona Norte do Rio, tem 132 mil moradores e gera 205 toneladas de lixo por dia. Há cerca de três meses, a Comlurb iniciou um novo sistema de limpeza e coleta, mas os moradores reclamam que as medidas ainda são insuficientes para atender toda a comunidade.

Depois de colocar o telhado verde em sua casa na favela do Arará, em Benfica, Zona Norte do Rio, o videomaker Careca viu baixar a temperatura interna, além de sentir a redução da presença de mosquitos e o aumento da freqüência de borboletas. 

Ex-aluno do projeto Maré Latina de Aprendizado virou professor, autor de livro e agora ensina as crianças a reaproveitar o lixo e ganhar dinheiro com a reciclagem. Ele utiliza praticamente tudo: jornal, garrafa pet, revistas, papelão, sacola plástica, lâmpada e guimbas de cigarro.

Cabos elétricos, alto-falantes, teclados e hélices de ventilador. Esses são apenas alguns dos produtos que o artista plástico Valter Nu retira das caçambas de lixo para fazer suas esculturas. Ele já criou sete divindades do candomblé com esse entulho eletrônico.

Moradores da comunidade transformam em parque ecológico uma área de 8.000 metros quadrados que era um depósito de lixo no alto do morro. A técnica já foi ensinada na Bolívia e agora será levada para a Colômbia. 

Patrimônio ambiental da Zona Norte do Rio, a Serra da Misericórdia é a mais populosa e a que tem a menor área verde por pessoa do município. Há décadas, a Prefeitura e as organizações não governamentais desenvolvem programas de reflorestamento na região.

Amparados por programas oficiais ou por iniciativas dos próprios moradores, os projetos de reciclagem nas favelas buscam a mobolização e a geração de emprego e renda, além da redução do lixo nas ruas. 

A venda de crédito de carbono pode parecer uma operação estranha, mas ela serviu para acabar com um aterro sanitário, reurbanizar a região e construir unidades habitacionais para os moradores da antiga favela do Bamburral, em Perus, São Paulo.