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Estrutura mantém jornal de grande circulação

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Tradição e cidadania

Há 15 anos, a Maré ganhou seu primeiro jornal, até hoje em circulação. Criado pelo Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (Ceasm), para fortalecer a identidade dos moradores, o jornal O Cidadão cunhou o termo “mareense” e, há quatro anos, mudou a linha editorial, passando a se dedicar a defesa e garantia dos direitos humanos. Atualmente os 20 mil exemplares do jornal impresso, em 24 páginas coloridas, são distribuídos nas principais ruas da Maré, em escolas e associações de moradores.

No dia 15 de cada mês, uma equipe percorre as favelas do conjunto de favelas da Maré, na Zona Norte do Rio, para distribuir 40 mil exemplares da maior mídia comunitária da região, o jornal Maré de Notícias. Eles vão a casas, comércios, escolas e outras instituições locais entregar o jornal nas mãos do leitor.
 
Projeto desenvolvido pela Rede de Desenvolvimento da Maré, o jornal foi criado com o objetivo de combater os estereótipos e preconceitos que há com espaços populares, como favelas. “Queríamos colocar a visão do mundo do morador, fortalecer o senso crítico, mostrar o lado bom da favela, e acompanhar as políticas públicas”, explica o editor assistente do jornal, Hélio Euclides.
 
O Maré de Notícias é conhecido por sua linguagem de fácil acesso e sua atuação interativa, através de sugestões de pautas dos moradores do conjunto de favelas. Em circulação desde 2009, teve como fundadores Hélio e Silvia Noronha e hoje conta com a estrutura do setor de comunicação da Redes de Desenvolvimento da Maré, composta por oito integrantes. Destes, cinco são jornalistas (que exercem a funções de coordenadora do jornal, coordenadora das redes sociais, coordenadora do site, assessora de imprensa e editor assistente). Os outros três são a fotógrafa, a estagiária e o diagramador.
 
Foto: Elisângela LeiteA comunidade tem papel de destaque desde o início do projeto. “A preocupação em atender as demandas da comunidade por notícias já existia antes mesmo do jornal”, afirma Hélio Euclides. “As reuniões de pauta começaram em dezembro de 2008 e, logo depois, fizemos uma pesquisa pelas comunidades para saber o que os moradores desejavam ler. Só em dezembro de 2009 é que saiu o primeiro jornal, ainda sem nome. Houve um concurso para a escolha do nome, que teve como prêmio um computador. Então, só no número cinco é que o jornal foi batizado como Maré de Notícias”, conta.
 
A construção colaborativa de cada edição do jornal é incentivada pela equipe de formas variadas: “O jornal está dentro da comunidade, então faz parte dela. Desde a criação, são os moradores que formam o jornal. Isso nunca mudou. Eles mandam pautas por e-mail, por carta, por telefone ou vêm a redação.
 
Além de, ao encontrar os integrantes do Maré de Notícias nas ruas, dar opinião, critica ou sugestão”, conta Hélio. “O Maré de Notícias tem nos seus textos um olhar que deseja trazer algo que melhore cada vez mais a vida do leitor”, completa Silvia, que elege uma matéria sobre os angolanos que moram na Maré como a sua preferida. “Foi muito bom entrar numa nova cultura e lutar contra todo o preconceito”.  Até hoje, essa é uma das matérias mais acessadas e lidas no site e já serviu como base para reportagens de televisão e jornal de mídia tradicional.
 
Jornalismo premiado
 
Foto: Arquivo pessoalO ano termina com mais um reconhecimento pelo trabalho feito na Maré.  A matéria Vidigal: custo de vida lá no alto – Gentrificação, de Aramis Assis, publicada em maio de 2014, recebeu o 2º lugar no Prêmio Visibilidade 2014, do Conselho Regional de Serviço Social do Rio de Janeiro (Cress RJ). É a quarta vez que o jornal é finalista desse prêmio.
 
Alfabetização e artes
 
Educadores do Projeto Maré Latina de Aprendizado, que conta com cursos gratuitos nas áreas de educação e artes, trabalham com seus alunos os textos do jornal e mandam sugestões de pauta para a redação, tornando as aulas mais contextualizadas e o trabalho feito pelos professores e alunos conhecidos na comunidade.

Planos para o futuro do projeto são muitos, mas Hélio admite que é preciso ter o pé no chão: “Trabalhar com comunicação comunitária é caro”.  Por fim, ele revela: “Pensamos em novos concursos, uma nova pesquisa e realização de eventos.

 

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