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Caju sedia Copa da esperança da Fifa

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Fotos: Lina Soares

Enquanto torcedores do mundo inteiro vibram com os jogos da Copa do Mundo no Brasil, um outro tipo de campeonato de futebol, sem ícones nem árbitro, ocupa o gramado da Vila Olímpica Mané Garrincha, no Complexo do Caju: o Festival Football for Hope 2014. O evento promovido pela FIFA é realizado de quatro em quatro anos no país sede do mundial, e tem como objetivo demonstrar o impacto que o futebol pode exercer em prol do desenvolvimento social de crianças e jovens de comunidades carentes.

Durante quatro dias, de 7 a 10 de julho, moradores das 12 comunidades do Complexo do Caju conviveram e trocaram experiências com crianças e jovens de 32 delegações apoiadas pelo Football for Hope, vindas de 26 países. “Eu estou adorando, porque é algo novo aqui pra gente. Estou conhecendo outras culturas e fazendo amizades pelo mundo afora” relata a estudante Milena da Silva, de 16 anos, encantada com a diversidade de idiomas falados ao seu redor.

O torneio de futebol teve a particularidade de promover regras diferentes das do futebol tradicional. Os times são compostos por equipes mistas, com meninas e meninos jogando juntos, e não há nenhum tipo de arbitragem para acompanhar as partidas. A idéia é promover a igualdade de gênero e o diálogo intercultural. Qualquer desentendimento dentro de campo é resolvido em conversa, incentivando o desenvolvimento pessoal e a compreensão mútua. A cabo-verdiana Josi Lopes Fernandes, de 26 anos, veio representando o projeto Delta Cultura Cabo Verde, que utiliza o futebol como ferramenta motivacional para manter jovens longe das ruas e envolvê-los em programas educacionais e culturais. Ela afirma que a experiência de conhecer e se relacionar com os moradores do Complexo do Caju vai ficar na memória. “Essa é a primeira vez que venho ao Brasil, porém, sinto que somos parecidos na alegria e na receptividade. Vou voltar para meu país com muitas lembranças boas”, conta.

  

Para os moradores da região pacificada há mais de um ano, o evento trouxe um pouco de lazer e visibilidade para a comunidade, já que pouca coisa mudou depois da entrada da Unidade de Polícia Pacificadora. “Esse evento pode ser a porta de entrada para investimentos no bairro. Infelizmente ainda sofremos com a pouca estrutura da região: como saneamento básico e a desorganização no trânsito. Sem falar da falta de projetos para as crianças e jovens que ficam nas ruas sem ter nada para fazer” aponta a dona de casa Luciene da Silva Botelho.

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