Caju promove Dia Rosa pela saúde da mulher
Na década de 1990, instituições de saúde e ONGs que trabalham para a cura do câncer de mama escolheram o mês de outubro para realizar campanhas que visam conscientizar as pessoas sobre a importância da prevenção. E assim foi criado o Outubro Rosa. No Caju, o posto de Saúde da Família Fernando Antônio Braga Lopes aderiu à campanha organizando, no dia 11 de outubro, o Dia Rosa, um sábado destinado à saúde das mulheres. O objetivo foi conscientizar as moradoras do bairro sobre a importância de se realizar exames preventivos do câncer de mama e de outras doenças femininas, entre elas o câncer de colo de útero.
O símbolo da luta mundial contra o câncer de mama é um laço cor-de-rosa, criado nos Estados Unidos pela Fundação Susan G. Komen for the Cure. Em outubro, muitos prédios públicos e monumentos de diversas cidades recebem iluminação cor-de-rosa e são organizadas atividades como corridas, shows e outros eventos a fim de chamar a atenção sobre o tema. No Brasil, a data foi adotada em 2002. No Caju o Dia Rosa foi marcado pelo
atendimento médico com coleta de material para o exame preventivo de câncer de colo do útero (conhecido como papanicolau), a realização de outros exames e o encaminhamento para a mamografia. Para levantar a autoestima das participantes, foram oferecidos alguns mimos, como corte de cabelo, modelagem de sobrancelha e minicursos de automaquiagem e autolimpeza de pele.
O dia contou ainda com atividades para as crianças como recreação e leitura de livros infantis, palestras, sorteios, distribuição de brindes e camisinhas. Houve também atendimento dentário e uma mesa de café da manhã especial. “Esse é o segundo Dia Rosa que acontece nesse ano. O primeiro foi em maio, que é o mês da mulher. Neste, foram atendidas mais de 200 mulheres e fizemos cerca de 180 preventivos”, contou a agente de saúde Denise Domingos da Silva, explicando que ali foram realizados os testes e exames mais simples. Mulheres com necessidade de exames mais detalhados foram devidamente encaminhadas.
Denise, que trabalha no posto e atuou também fazendo modelagem de sobrancelhas, diz que teve prazer em participar: “Foi um dia muito legal. Não teve tumulto, todo mundo entrou na fila direitinho, todos comeram, participaram das atividades, fizeram os exames, tudo com muito respeito e ordem”, diz ela. Paciente do posto, Maria das Graças, de 33 anos, disse que usou todos os serviços que pôde: “Fiz todos os preventivos e agendei minha mamografia lá no Rio Imagem, no Centro. Participei também das atividades de beleza. Acho que deveria haver mais eventos como esse! É bom saber que a gente pode contar com alguém para ajudar a cuidar da nossa saúde”, disse.

O câncer de colo de útero é o terceiro mais comum entre as brasileiras e o índice de mortes manteve-se estável em 10 anos, de acordo com a última pesquisa do IBGE. Mas essa não é uma boa notícia, já que o número de óbitos no último ano da pesquisa ultrapassou os 17,5 mil. Cerca de 95% dos casos de câncer de colo de útero estão relacionados ao vírus HPV.
As chances de cura de câncer de colo de útero podem chegar a 100% se o diagnóstico for feito ainda nos estágios iniciais da doença. Para tal, é necessário fazer o exame conhecido como “Papanicolau”, em que secreções do colo do útero são colhidas e colocadas em uma lâmina que é enviada para análise em laboratório. Médicos e enfermeiros dos postos de saúde da família espalhados pelo Brasil estão aptos a fazer a coleta para este exame. A vacinação de adolescentes contra o HPV pode se mostrar um eficiente método de prevenção no futuro dessas meninas.
A fotógrafa Luciana Botelho, 42 anos, e a funcionária pública Iara Ayres, 44, sabem bem como é importante o diagnóstico precoce do câncer. Iara descobriu que tinha câncer de mama em uma mamografia de rotina. “Graças ao exame descobri a doença com o tumor ainda miúdo e precisei tirar só um pedaço pequeno da mama”. Luciana, por sua vez, descobriu o câncer fazendo o autoexame. “Notei um nódulo no seio, mas quando fui fazer a mamografia, o tumor não apareceu. Mas, eu sabia que havia algo errado! Então, procurei um mastologista, que, ao apalpar meu seio, concordou que não estava normal e repeti o exame, só então ele apontou o tumor”. A fotógrafa passou por uma cirurgia para retirada da mama, fez reconstrução com silicone e depois tratamento com quimioterapia, que já terminou. Agora ela faz reposição hormonal e os prognósticos de cura total são muito bons. “O autoexame salvou minha vida!”, finaliza.