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Reciclagem sobe o morro no Rio

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O Brasil perde anualmente R$ 8 bilhões por não reciclar todo resíduo reciclável que vai parar em aterros e lixões nas cidades brasileiras. O prejuízo foi calculado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Na contramão dessa regra, algumas comunidades cariocas, como Macacos, Cantagalo e Prazeres, usaram a criatividade para desenvolver projetos de reciclagem.
 
As iniciativas visam melhorar as condições de higiene e de saneamento básico nessas localidades, seja com a ajuda do poder público ou sem ele. A reciclagem tem uma tripla função: conscientizar os moradores, gerar emprego e renda para os envolvidos e conter o aquecimento global.
 
Projeto Limpar – Morro dos Macacos

Fotos: Deborah Athila

As peças de artesanato são produzidas com o material recolhido no Ecoponto

O lixo do Morro dos Macacos passou a ter valor econômico, depois que o Centro Comunitário Lídia dos Santos (Ceaca) implantou o Projeto Limpar. Idealizado pela presidente da entidade, Anna Marcondes, o resíduo recolhido tem um valor de mercado e é pago com uma ‘moeda verde’. A milhagem acumulada é trocada por produtos da cesta básica ou material de limpeza.
 
Cerca de 1.400 famílias da comunidade estão cadastradas no projeto, implantado há quatro anos. Esses moradores colaboram doando lixo, que é depositado em ecopontos espalhados pela favela. O material é recolhido pelos funcionários do Ceaca, prensado e vendido para uma empresa privada que trabalha com reciclados. Em três anos, entre 2011 e 2013, o projeto já recolheu mais de 104 toneladas de lixo reciclável.
 
Palestras educativas, com orientações sobre o destino e bom uso do lixo, e oficinas de artesanato também são oferecidas pelo Ceaca. Os moradores aprendem a transformar o lixo em objetos, como sofás, enfeites e porta celulares. A renda obtida permite a compra de alimentos e materiais para manter o local e o projeto, como luvas, balança e computador.
 
Favela Mais Limpa – Cantagalo

Fotos: Nivaldo Cavalcante

Criatividade nas oficinas de artesanato e mobilização dos moradores no Favela Mais Limpa

Pouco mais de 70 toneladas de resíduos foram retirados das vias e encostas do complexo do Pavão, Pavãozinho e Cantagalo nos últimos dois anos. A limpeza é fruto do trabalho desenvolvido pela dupla de empreendedores sociais Leandro Abrantes e Nivaldo Cavalcante, responsáveis pelo projeto Favela Mais Limpa.
 
A iniciativa nasceu em 2011 e contou, inicialmente, com financiamento para a implantação de ecopontos nas comunidades. Um ano depois, com a ajuda financeira do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), foi possível conciliar coleta seletiva e oficinas de artesanato. Em 2013, Abrantes e Cavalcante ampliaram a atuação do projeto com a ajuda financeira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), quando foi implantado o projeto Limpando a Área. As três comunidades foram subdivididas em 11 regiões para serem atendidas pelo projeto, que buscava conscientizar e criar agentes multiplicadores para manutenção da coleta seletiva.
 
ReciclAção – Morro dos Prazeres

Fotos: Juliana Reiche/CEDAPS

As equipes do ReciclAção recolhem o lixo e levam para os pontos de coleta

Com 50 pontos de coleta seletiva espalhado pelo Morro dos Prazeres, a expectativa dos coordenadores do ReciclAção é chegar ao final de 2014 com a marca de uma tonelada de materiais recicláveis recolhidos. Seis meses depois da criação da Estação de Coleta na comunidade, o volume registrado foi de 450 quilos de materiais recicláveis.
 
O objetivo do projeto, lançado em 2013, é reduzir os riscos socioambientais através da promoção da coleta seletiva, reciclagem, mobilização comunitária e educação. O material reciclável é doado pelos moradores e parceiros locais e vendido para recicladoras. A receita gerada ajuda na manutenção da operação e na implantação de programas de educação e conscientização ambiental.
 
Os moradores da comunidade que trabalham como agentes de reciclagem, recolhendo e cuidando do material recebido, recebem uma bolsa-auxílio no valor de R$ 800. O ReciclAção é coordenado coletivamente por diferentes parceiros técnicos e estratégicos da própria comunidade, por organizações não governamentais (ONGs), por instituições governamentais e por empresas privadas.

 

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