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Marão: de Nilópolis ao Mundi

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Já se vão 22 edições do Festival Anima Mundi e, em todas elas, um visitante marcou sua presença: o animador Marcelo Marão, de 43 anos. A trajetória de Marão se confunde com a história do festival, onde ganhou prêmios e foi homenageado em 2012. Na atual edição, que acontece até domingo, 3 de agosto, o artista, nascido e criado na cidade de Nilópolis, apresenta o curta infantil “Ninja”.

Seus pais, sertanejos oriundos do interior de São Paulo, mudaram-se para Nilópolis para fazer, segundo Marão, um “pé de meia”. Eles montaram então o armarinho “Estrela Dalva”, que existe até hoje na cidade. Por acharem a Baixada Fluminense um local perigoso, não deixavam Marcelo sair muito na rua -nem mesmo para jogar bola. A solução encontrada por Marcelo para se divertir foi ficar em seu quarto lendo gibis e desenhando histórias em quadrinho. A partir daí, a paixão foi longe: se formou em Belas Artes (no Brasil, até hoje a formação em Animação é escassa), finalizou mais de dez curtas metragens e abriu a produtora Marão Filmes.

No Anima Mundi, Marão também escreveu sua história. Seu primeiro curta metragem, “Cebolas são azuis”, o deu também o título de primeiro brasileiro a ganhar a Menção do Júri Popular, em 1996. Em 2000, o curta “Chifre de Camaleão” ficou em primeiro lugar na categoria brasileira do festival e em segundo na categoria internacional. “Graças ao festival, ganhei visibilidade e me ganhei nome no mercado de animação brasileiro”, afirma.

Roberta MachadoAtualmente morador do Rio de Janeiro, o animador acredita que a internet se tornou um divisor de águas no acesso à cultura, sobretudo em periferias como a Baixada Fluminense. “Na época em que eu era mais novo, isso não existia. O acesso à cultura, para o morador de Nilópolis, era complicado, pois ele precisava sair do município muita das vezes, como eu fazia” afirma Marão. Para ele, a cidade representa não só seu lugar de nascimento. É ali que ele encontra até hoje seus melhores amigos e onde ele encontra seu passado – que aliás, está retratado em seu curta mais autobiográfico, “Eu queria ser um monstro”. Vencedora em sua categoria no Anima Mundi 2010, a animação mostra a carinhosa relação de um filho com seus pais, além do cotidiano do menino, imaginativo e com medo de banhos.

Para Marão, a arte tem o poder de transformar, e por isso, a cada dia 28 de outubro, ele participa de eventos gratuitos na Baixada Fluminense que comemoram o Dia Internacional da Animação. “Muitas vezes os participantes vêm falar comigo e se encantam com a arte. Eu os motivo dizendo que hoje em dia é possível sim viver dela e se sustentar com profissões como animação, por exemplo”, afirma.

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