Single Blog Title

This is a single blog caption

A mudança que vem pelas mãos de Zezé

Share on Facebook0Tweet about this on Twitter

Fotos: Rosilene Miliotti

Maria José Batista de Sales, conhecida como Zezé, não é somente uma referência nacional quando se fala de handebol. Ela é, para as dezenas de seus alunos do Piscinão de Ramos, no Rio de Janeiro, uma referência de motivação, experiência e técnica. Revelada pelo Clube Esportivo Mauá, em São Gonçalo, Zezé, hoje com 45 anos, subiu ao pódio mais de cem vezes em competições estaduais, nacionais e internacionais. Atualmente, ela joga na equipe de handebol de areia Z5, da qual é também treinadora.

Zezé conta que seus objetivos, no projeto, vão desde movimentar as crianças até levá-las a se apaixonar por esportes. Para estimular os alunos, ela organiza jogos amistosos e torneios frequentemente. Suas aulas fazem parte de uma série de cursos promovidos pela Prefeitura do Rio no Parque das Vizinhanças de Ramos (nome oficial do Piscinão de Ramos), onde os alunos recebem também suporte alimentício, nutricional e médico.

 A treinadora conta que trabalhar com projetos sociais não estava nos seus planos iniciais. “Aos 19 anos, eu era uma atleta de alto rendimento, convocada para a seleção brasileira e nunca imaginei que poderia trabalhar com projetos sociais”. Ela começou este tipo de trabalho depois de dar aulas no Projeto Caravana, da ESPN Brasil. “Sempre pensei em ser treinadora, com toda a estrutura que eu tinha como atleta. Mas eu vi que no Rio de Janeiro não tinha essa realidade. Na Caravana, vi que para dar aulas de handebol eu não precisaria de toda aquela estrutura que eu imaginava. Hoje eu consigo dar aula na grama, na areia ou no barro, mas ainda adoraria ter uma equipe com toda a estrutura”, analisa.

Valesca de Paula Figueiredo, 41 anos, tem dois filhos no projeto em Ramos. Ela elogia a iniciativa e conta que o desempenho escolar dos filhos melhorou. Mas pede mudanças.  “Poderiam conseguir mais parceiros e patrocinadores. A Prefeitura poderia cobrir a quadra, porque em dias de chuva não tem atividade e algumas partes alagam. Além disso, poderia ter mais eventos e atividades”, afirma Valesca, que assiste a jogos de handebol pela TV para entender melhor o esporte.

Zezé conta que as carências muitas vezes vêm também das próprias crianças. “Algumas crianças não conseguem absorver a importância do uso do tênis para a prática do esporte. Algumas não têm um e a gente consegue o calçado, mas mesmo assim eles não usam”, conta.

Um dos destaques do projeto é Layla Santos, de 13 anos. Ela treina no piscinão há 2 anos e já treinou durante um mês no Olaria Futebol Clube – mas teve que parar pois ninguém podia levá-la aos treinos. “O handebol é um esporte que entrou de vez na minha vida e não consigo mais parar”, afirma a menina.

Assim como Zezé espera que aconteça aos seus alunos, ela teve sua vida alterada pelo esporte. “O handebol é minha vida. Venho de uma família humilde e não teria conseguido pagar uma faculdade ou viajar para mais de 20 países se não fosse o esporte”, afirma a atleta, tricampeã na Liga Nacional e medalhista de ouro no Pan-Americano de 1999.

Deixe uma resposta

Parceiros