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Memória popular mantém registro de desaparecimentos na Rocinha

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A Rocinha é uma comunidade onde oficialmente existe discordância entre moradores e governantes no tamanho populacional.


A Rocinha é uma comunidade onde oficialmente existe discordância entre moradores e governantes no tamanho populacional. Da mesma forma, também existem divergências nos números de desaparecimentos da comunidade. Segundo moradores mais antigos da comunidade, nos últimos 20 anos, já se podem contabilizar cerca de 200 desaparecimentos dentro da Rocinha. Hoje essas famílias ainda têm muito medo de falar sobre este assunto, e preferem se calar. Da mesa forma, todos ficam na esperança de um dia poder obter o atestado de óbito dos seus entes queridos desaparecidos.
 
Seguem alguns dos casos guardados na memória dos moradores da comunidade:
 
1998-1999: Welder de Azevedo, Claudio e outras dez pessoas desapareceram no alto da favela da Rocinha. Fatos nunca apurados.
 
2000-2002: Leandro Saraiva e Matuzalem, moradores da Rua 2, desapareceram sem que hoje nenhuma informação sobre o fato tenha sido apurada. A família de Leandro, que era filho de um dos grandes comerciantes da Rocinha na época, se mudou da Rocinha logo após o acontecimento.
 
Foto: arquivo pessoalMaio/2003: De acordo com a mãe de Lúcio Wagner Nunes Guerreiro, de 23 anos, a última vez que ele teria falado com ela teria sido por telefone, onde informou que estava em uma blitz policial. Ainda de acordo com Maria Lúcia, ao ligar novamente, um policial atendeu e ordenou a execução do filho. Hoje, ela afirma ainda chorar diariamente.  
 
27 de setembro/2004: Márcio Jesus da Silva, o Val, Toquinho e mais treze pessoas foram assassinadas na madrugada, na Rocinha.
 
31 de outubro/2005: Orlando José Rodrigues, o Soul, Márcio Gomes de Souza, o Lele, Rinaldo Vicente, o Soldado, Pequeno, Dôu, Tininho e mais seis pessoas sumiram na madrugada. As investigações indicam que estas pessoas foram mortas.
 
Foto: arquivo pessoal2006: Rodrigo Matoso de Araújo desapareceu depois de ter ido trabalhar. A família não quis dar queixa pois ele era dependente de drogas.
02 de março/2007: Suspeitas de namorar policiais, Suellen Stumpf Moreira, de 15 anos, e André morreram no alto do morro. Cinco meses depois, a mãe de estudante Suellen saiu da Rocinha. A família da amiga Andrea jamais foi à delegacia. A Delegacia de Roubos e Furtos de Autos investigou o caso, mas não avançou. Fica a pergunta por que na época a Divisão de Homicídios não esteve a frente do caso.
 
12 de março/2008: Iderlei Santos da Silva, o Russo, também desapareceu. A família não registrou mas, após denúncia de O Dia, um inquérito foi aberto e acabou sendo arquivado.
 
14 de novembro/2008: O taxista Alexandre Roberto de Oliveira Mendes foi até a Rocinha, levando como passageiro o químico Leonardo Assumpção, o Português. Segundo informações, Assumpção foi capturado e executado. O motorista teria sido morto como queima de arquivo. O sumiço foi registrado.
 
Foto: Rocinha.orgFevereiro/2009: Marcos Ribeiro Chaves, o MC Marquinhos, tinha 29 anos quando desapareceu na Rocinha. Nada foi solucionado, até hoje. Ele fez sucesso na dupla Marquinhos e Dolores e cantou no programa da Xuxa o Rap da Diferença. Em 2003, ele chegou a dar entrevista ao Viva Favela:   
 
14 de abril/2009: Rogério de Moraes Rodrigues, bombeiro e mototaxista, foi levar passageiros à Rocinha e de lá não voltou. O caso foi registrado.
 
01 de novembro/2009: O comerciante Alexandre de Melo foi sequestrado no Itanhangá. O registro foi feito pela mãe, que já havia perdido uma filha, assassinada na favela.
 
15 de agosto/2010: O traficante conhecido como Renato Red Bull, chefe do tráfico do Morro Azul, no Flamengo, foi morto na Rocinha. Não houve registro.
20 de setembro/2010: Fábio Anselmo dos Santos, conhecido como Lucas do Gás, era um dos principais fornecedores do serviço na Rocinha. Mesmo tendo desaparecido há três anos, o caso nunca foi registrado.

Foto: arquivo pessoal
9 de maio/2011: A modelo Luana Rodrigues de Sousa, de 20 anos, saiu de casa, na Estrada das Canoas, e não voltou mais. Mesmo sem ter encontrado o corpo, a família da jovem promoveu uma missa de sétimo dia na Paróquia de São Conrado. O sumiço de Luana foi registrado na 15ª DP.

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