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Números da Favela

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Pesquisa do Data Favela mostrou que a vida de milhões de moradores de comunidades mudou muito nos últimos anos.


A vida de 11,7 milhões de brasileiros, moradores de favelas, definitivamente mudou nos últimos anos. Esta foi a conclusão de uma pesquisa realizada, neste ano, pelo recém-lançado Instituto Data Favela. A instituição foi criada por Celso Athayde, fundador da Central Única de Favelas (Cufa), e por Renato Meirelles, presidente do Data Popular. Apresentada nesta segunda, no Copacabana Palace, e na terça, no Espaço Cufa, a pesquisa trouxe dados inéditos sobre o perfil dos moradores de favela.

O potencial de consumo destas pessoas foi um dos principais pontos apontados por Athayde e Meirelles. A renda anual dos moradores de favelas é de R$63,2 bilhões, o que é maior que o consumo no Paraguai ou na Bolívia. A maioria faz compras de mercado nos seus bairros, mas eletrônicos, por exemplo, só são comprados fora das comunidades. 18% dos moradores têm o próprio negócio, número ligeiramente abaixo dos dados brasileiros. 

No que diz respeito à situação social das pessoas, percebe-se que a maioria é negra (67%). 52% têm carteira assinada e 40% dos lares são chefiados por mulheres. 59% dizem sofrer preconceito por morarem em favelas e 37% já foram revistados pela polícia. As maiores carências apontadas são creches e postos policiais – e 73% são favoráveis à pacificação.  64% tem conhecimento da presença do tráfico de drogas e 47% conhece alguém envolvido.

A vida comunitária é intensa: mais de 70% recebem frequentemente em casa amigos, parentes e vizinhos. Nos lares, 28% conta com TV por assinatura, 55% microondas, 69% máquina de lavar, 47% computador e 46% com TV de plasma, LED ou LCD. Livros estão em baixa: 38% não têm livros, e 26% têm mais de dez. Apesar de ainda haver carências, 73% dos moradores já estudaram mais do que seus pais.

As favelas acompanham a tendência mundial da digitalização. 52% são internautas (78% entre os jovens de 16 a 20 anos) e 41% acessam a internet pelo celular. A rede social mais usada é o Facebook, atingindo 85% das pessoas.

A satisfação com o lugar de moradia é uma realidade, que pode inclusive contribuir com a felicidade, constatada em 95% dos entrevistados. 81% afirmam viver na comunidade, 41% não têm vergonha de dizer que mora em favela e 68% têm orgulho de viver em comunidades.

Segundo os organizadores, a realização do evento no Copacabana Palace foi uma forma de quebrar as barreiras entre a favela e o “asfalto”. Participaram do evento artistas como MV Bill e Regina Casé, além de representantes de empresas, universidades e órgãos públicos. 

Também nesta semana, o IBGE divulgou um estudo que expõe o perfil das favelas – no linguajar técnico, “os aglomerados subnormais”: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/imprensa/ppts/00000015171711202013170405298260.pdf

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